Preocupante: qualidade do ar em Rio Branco está 6 vezes acima do limite dado pela OMS

Recomendação é da OMS e aponta que exposição ao ar poluído registrado atualmente atinge a saúde da população

A poluição do ar na capital Rio Branco está seis vezes acima do aceitável pela agência da ONU (Organização das Nações Unidas) e pela OMS (Orgaização Mundial de Saúde), apontam sensores disponibilizados pela plataforma. De acordo com os dados dos sensores instalados em todo o Acre, os índices se mantêm acima do que considerado preocupante, a exposição acima de 24 horas traz riscos à saúde humana.

Os dados registrados nos últimos dias refletem o que foi registrado no Acre durante o mês de julho em relação às queimadas. O número de queimadas foi o maior em oito anos. O Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) atendeu mais de 2 mil ocorrências em julho.

A preocupação das autoridades continuam preocupadas por conta da tendência de aumento/Foto: ContilNet

De acordo com os dados do monitoramento, o índice em Rio Branco chegou a 99 µg/m3 na manhã da última quinta-feira (15) e quatro dias depois, nesta segunda-feira (19), só piorou. Conforme o monitoramento, índices acima de 250 µg/m3 são classificados como alerta para emergência em saúde, com probabilidade de afetar toda a população em 24h de exposição.

A exposição à poluição atual acima de 24h traz riscos ao público em geral e os grupos sensíveis que podem sofrer efeitos mais graves para a saúde. De acordo com o site Purple Air, de 55-150µg/m³ público em geral pode sofrer efeitos à saúde após 24 horas de exposição.

O medidor fica instalado no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac) e mostrou que na capital acreana o ar oscilou diariamente entre 67 e 99 µg/m3. Ambos os índices estão muito acima do aceitável pela OMS, oferecendo riscos à população vulnerável pela exposição acima de 24h.

Brasiléia, no Alto Acre, tem sido o município mais castigado pela atmosfera negativa em números muito acima do considerado aceitável pela OMS, com 88 microgramas de partículas por metro cúbico (µg/m3). A OMS considera aceitável 15 µg/m3.

Xapuri, município também do interior do Estado na região do Alto Acre, foi a cidade brasileira com a pior qualidade do ar em 2023, o segundo levantamento. Isso é decorrente da elevação nos índices de queimadas crescimento de queimadas, o que piora a qualidade do ar.

Outros municípios aparecem com poluição acima do aceitável: Cruzeiro do Sul (32µg/m3), Porto Acre (56µg/m3), Santa Rosa do Purus (22µg/m3), Assis Brasil (59µg/m3), Sena Madureira (55), Brasiléia e Epitaciolândia (24) e Manoel Urbano (56). Os demais municípios não constam com monitoramento na plataforma.

Os índices constatados pela plataforma são atualizados em tempo real e alteram com o passar das horas. O professor Willian Flores, da Universidade Federal do Acre (Ufac), doutor em Ciências de Florestas Tropicais, revela que nos últimos dias média está acima de 60µg/m3.

A preocupação das autoridades continuam preocupadas por conta da tendência de aumento que o levantamento mostra a partir do mês de agosto. No monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 19 dos 25 anos pesquisados, a quantidade de queimadas ficou acima de 1 mil focos no oitavo mês do ano. Em 2023, o número ficou em 1.388 naquele mês.

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