Até esta quinta (01), a Secretaria do Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) registrou, em 2024, apenas cinco autos de infração relativos ao uso de fogo em Porto Velho, capital de Rondônia – e lavrou também cinco autorizações para o uso de fogo.
Os dados foram cedidos pela pasta ao Rondoniaovivo. No relatório da Sedam, que compreende 22 cidades além da capital, Seringueiras se destaca como o município que mais teve infrações registradas bem como autorizações lavradas – sete em cada parâmetro.
Coincidência talvez estranha é que, em todos os municípios citados no relatório da Sedam, o número de autos de infração registrados é sempre o mesmo número de autorizações para o uso de fogo. Questionada, via e-mail, do por que dos números serem tão baixos (e por que da estranha coincidência) a secretaria não respondeu até o momento da publicação deste material.
Como mostrou Rondoniaovivo, basta colocar a cabeça para fora da janela para contestar os números anêmicos da fiscalização sobre as queimadas. Desde as últimas semanas de julho, Porto Velho se tornou um inferno esfumaçado. A capital rondoniense recentemente registrou, segundo monitoramento em tempo real da IQAir, a pior qualidade do ar no Brasil. O ar de Porto Velho foi classificado como ‘insalubre para grupos sensíveis’.
Nesta sexta-feira (02), a capital voltou a ocupar o top #1 no ranking de cidades com a pior qualidade do ar do país: a IQAir classificou agora apenas como ‘insalubre’ – ou seja, inadequado até para quem é plenamente saudável.
Em contraponto com os dados da Sedam, o Global Forest Watch (GFW) – plataforma online que fornece dados e ferramentas para o monitoramento de florestas usando satélites de ponta – registrou, até 29 de julho deste ano, 175 alertas de incêndio na capital (levando em conta apenas os alertas considerados como ‘confiáveis’).