Rei Lear, de Shakespeare, ganha nova versão com drag queens e humor

A Cia. Extemporânea refaz Rei Lear com elenco composto apenas por drag queens

A tragédia Rei Lear, de William Shakespeare, ganha uma nova adaptação, desta vez com o seu elenco formado apenas por drag queens. A Cia. Extemporânea traz elementos da arte drag, além da representatividade LGBT, ao palco do Teatro Anchieta do Sesc Consolação, em São Paulo.

“Ao trazer a drag pro palco, a gente está trazendo também vários elementos da própria arte drag, o linguajar LGBT, o humor drag, que é muito característico também. […] A presença das drag queens trazem também um fator mais popular para essa obra do Shakespeare”, disse DaCota Monteiro, integrante do elenco da peça, ao Metrópoles.

Na tragédia de Shakespeare, Lear, rei da Bretanha, está muito velho e anuncia que decidiu dividir seu reino entre suas três filhas: Goneril, Regan e Cordelia. Antes de passar a coroa, o monarca pergunta: qual das três me ama mais?. Quem demonstrasse maior amor pelo pai ganharia a maior porção de terras. Cordelia, a mais nova e a única que o ama genuinamente, se recusa a participar daquele jogo. Furioso, Lear decide condenar a caçula ao exílio.

Após o banimento da irmã, Regan e Goneril começam uma luta violenta pelo poder. Traído pelas filhas, o velho rei vê seu reino à beira de uma guerra e afunda em uma espiral de loucura, arrependido por banir a única pessoa que o amou de verdade.

“Essas personagens estão passando por momentos muito trágicos, nós estamos passando por momentos pesados, de uma tensão muito alta. Só que dentro dessa tensão, como é característico da arte drag, a gente encontra humor no meio dessa tragédia”, completa DaCota.

Além de DaCota, o elenco conta com Alexia Twister, Antonia Pethit, Ginger Moon, Lilith Prexeva, Maldita Hammer, Mercedez Vulcão, Thelores e Xaniqua Laquisha. A direção é de Ines Bushatsky. A montagem está em cartaz até 25 de agosto, no Sesc Consolação. A classificação indicativa é de 14 anos.

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