Um vídeo recente registrado na região do Alto Acre, em Assis Brasil, no sábado (3), tem chamado a atenção para a severa seca que afeta a região, contrariando pessoas que não acreditam na situação atual do manancial. As imagens mostram pessoas e motos atravessando o Rio Acre com facilidade, destacando o nível crítico das águas do rio.
No vídeo, é possível ver tanto pessoas caminhando tranquilamente quanto um motociclista pilotando no leito seco do rio. A situação é um reflexo dramático da baixa significativa no nível das águas.
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O Rio Acre atingiu a marca de 1,45 metros em sua medição mais recente, conforme informado pela Defesa Civil de Rio Branco. Este nível é alarmantemente próximo da pior cota de estiagem já registrada no rio, que é de 1,25 metros.
Segundo Leonardo Borges, que registrou os vídeos, as cenas surpreenderam os visitantes da cidade.
“Sou de Rio Branco, digo por mim, há pessoas que não estavam levando a situação do Rio Acre a sério. Isso porque não é muito visível a olho nu. Vim para Assis Brasil participar de um evento e nos deparamos com essas cenas, de pessoas atravessando livremente o rio, alguns para participar do evento, e até mesmo cachorros foram vistos atravessando as águas. Não tem como dar um palmo de rio”, disse.
A seca prolongada no Acre é resultado dos efeitos do fenômeno El Niño, que tem intensificado a escassez hídrica na região. A situação crítica também é visível em outras áreas, como o Rio Iaco e o Rio Purus, ambos afetados pela seca severa.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou uma situação crítica de escassez hídrica para o Rio Acre e o Rio Iaco, com medidas de monitoramento intensificadas para mitigar os impactos sobre os usos da água.
Além da travessia fácil de pessoas e motos, outros efeitos da seca incluem dificuldades na navegação, escoamento da produção ribeirinha e falta de água em comunidades rurais. A situação também tem causado problemas na captação de água na zona urbana, refletindo a gravidade da crise hídrica.
O pesquisador Davi Friale prevê que o mês de agosto pode trazer a volta das chuvas, oferecendo uma possível esperança para aliviar a situação. No entanto, a escassez hídrica continua a ser um desafio significativo para a região.
A Defesa Civil e a ANA continuam a monitorar a situação de perto, e as autoridades locais estão adotando medidas para enfrentar a crise hídrica. A população é incentivada a acompanhar as atualizações e a adotar práticas de conservação de água enquanto as condições permanecem críticas.