O surfe brasileiro é prata nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Em outra bateria com poucas ondas em Teahupoo, no Taiti, nesta segunda-feira (5/8), Tatiana Weston-Webb foi derrotada pela atual campeã mundial Caroline Marks, dos Estados Unidos, por 10.33 x 10.50, e ficou com o segundo lugar entre as mulheres.
A decisão apertada veio após o fim da prova, no aguardo de uma nota dos juízes para uma onda da gaúcha, mas ficou dois décimos atrás do necessário para a virada. É a segunda conquista verde-amarela na competição, junto do bronze de Gabriel Medina no masculino.
Ostentando um bom desempenho na Polinésia Francesa durante etapas do circuito mundial, com direito a um tubo nota 10 em maio deste ano, Tatiana conquistou a medalha inédita para o surfe feminino brasileiro. Sem as ondas aparecerem durante a primeira metade da bateria, Weston-Webb ficou atrás do placar, mas conseguiu se recuperar e por pouco não ficou com o topo do pódio.
“Nada mais que orgulho de mim, porque realmente foi bastante trabalho. Eu cometi alguns erros na bateria, poderia ter pego ondas maiores ou ter feito manobras melhores, mas procurei o tubo e no meio vi que era para ter ido de manobras. Quase deu ouro, mas veio a prata e estou muito feliz”, disse a medalhista ao SporTV, após a prova.
O bronze ficou com a francesa Johanne Defay, que superou a costarriquenha Brisa Hennessy por 12.66 x 4.93. Entre os homens, Kauli Vaast foi ouro e Jack Robinson prata, além do terceiro lugar de Medina.
Como foi a bateria
A decisão tem cinco minutos a mais de prova do que as fases anteriores, mas serviu apenas para as surfistas ficarem sentadas nas pranchas torcendo por uma formação, que só veio com 12 minutos de bateria. As duas tentaram tubos, mas sem sucesso, e a prioridade ficou definida para Marks. A estadunidense só fez uso da preferência na metade do confronto e tentou um tubo, que, mesmo em pouco tempo dentro, recebeu nota 7.50 dos juízes.
A primeira onda para valer de Weston-Webb veio já no último terço da bateria, com uma junção de tubo curto e rasgadas que rendeu nota 5.83. Na sequência, Marks tentou um tubo, mas foi engolida pela onda, e, em uma segunda tentativa, conseguiu uma manobra de beirada para somar mais 3. Na resposta, Tati caiu da prancha e recebeu 1.80.
Precisando de uma onda nota 4.68 para virar a final, a brasileira ficou refém da prioridade da estadunidense, que tentou um tubo e caiu, passando a preferência. Aproveitando a abertura da estadunidense, Weston-Webb pegou uma onda e completou quatro rasgadas. Sem tempo para retomar ao ponto de disputa, restou esperar a nota dos juízes: 4.50 e vitória de Caroline Marks.
Trajetória
No passo a passo de Weston-Webb rumo à medalha olímpica, a brasileira deixou uma série de surfistas da elite mundial pelo caminho. Logo na primeira fase, na bateria com três mulheres na água, Tati passou em segundo e eliminou Molly Picklum, da Austrália, número 4 do ranking. Na repescagem, ela venceu Candelaria Resano, de Nicarágua, e despachou a melhor do mundo, Caitlin Simmers, dos Estados Unidos, nas oitavas.
Após uma vitória apertada contra a espanhola Nadia Erostarbe nas quartas, o confronto da semi foi com a costarriquenha Brisa Hennessy, nº 3 do ranking, e terminou com um triunfo tranquilo de Tati. Na decisão, contra Caroline Marks, ela completou a trajetória contra a segunda melhor do mundo e por pouco não despachou todas as top 4 da Liga Mundial de Surfe (WSL), mas perdeu para a campeã de 2023 da elite.