Mesmo em meio ao fogo cruzado e à bateria de acusações da opinião pública brasileira por falta de políticas públicas na área ambiental para mitigar as a crise hídrica e o combate aos incêndios que assustam pelo menos 16 estados do país, entre os quais o Acre, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente Mudanças Climáticas, acaba de ser objeto de estudo da Universidade Federal do Acre (Ufac).
Na semana passada, o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de Graduação no bacharelado em Ciências Sociais, habilitação em Ciência Política, apresentado pelo estudante Samuel Alves foi sobre a ministra. Intitulado “Outros fins e meios: estudo de caso da atuação política de Marina Silva à luz do pensamento de Maquiavel”, o trabalho mereceu nota máxima da banca examinadora.
A mãe do estudante, a professora da Ufac, Rejane Ribeiro, saudou a apresentação de forma exultante. “Que orgulho, meu filho!! A despeito de todos os entraves para conclusão do mesmo, inclusive no dia de sua apresentação, você tirou de letra e com tranquilidade”, disse a mãe, orgulhosa. “Após os questionamentos e contribuições da Banca Examinadora, recebeu nota 10! Pelo pouco que eu havia lido, confesso que não esperava menos que isso”, acrescentou.
O trabalho foi possível a partir de pelo menos três artigos: um sobre Maquiavel. Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi um filósofo político, historiador, estadista e escritor italiano, autor da obra-prima O Príncipe. Foi profundo conhecedor da política da época e a estudou em suas diferentes obras. Viveu durante o governo de Lourenço de Médici, a quem o livro foi dedicado.
O outro artigo estudado pelo concludente do curso foi sobre a atuação da Marina Silva, além de uma entrevista realizada com a própria ministra.
Samuel Alves é filho do jornalista e cronista Antônio Alves, amigo de Marina Silva desde a época em que ela fazia política nos movimentos populares do Acre, em Rio Branco e Xapuri.
De acordo com os pais do estudante, Samuel Alves, ainda criança, já tinha contatos com os livros, “tendo preferência por Nietzsche, Marx, Wittgenstein, Husserl, Montaigne, Heidegger e outros grandes pensadores”. “Se soubéssemos, teríamos incentivado mais. É que, à época, achávamos uma leitura demasiado pesada para uma criança que ainda nem tinha dado seus primeiros passos”, disse Rejane Ribeiro sobre os autores preferidos do filho.