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Vídeo: aos prantos, Cristina Pereira recorda estupro na infância

Por Metrópoles

Cristina Pereira, atualmente no ar como Marieta de Família é Tudo, arrancou lágrimas de quem participava de um debate sobre o filme O Clube das Mulheres de Negócios, que tem uma cena de violência sexual. A atriz, de 74 anos, caiu no choro ao falar sobre um estupro que sofreu aos 12, quando ia para a escola.

“Quando o [personagem] Candinho chora, sou eu que choro, são vocês que choram e são muitas meninas de 12 anos como aquela menininha, que estava indo para a escola, de uniforme”, declarou ela, aos prantos, no Festival de Gramado, na último sábado (10/8).

Instagram/Reprodução

E continuou: “É a primeira vez que falo publicamente isso. Aconteceu isso comigo. Tá acontecendo agora com uma porção de meninas. Porque na minha época não tinha educação sexual na escola, que essas filhas da p*ta, da Bíblia e da mala não querem que as crianças saibam”, afirmou.

Em seguida, Cristina Pereira lembrou a reação da mãe: “E eu fiquei com medo de ficar grávida. A minha mãe ficou numa situação terrível. Eu era uma menina de 12 anos, entrando na puberdade, eu nem tinha ficado menstruada. Eu não sabia nada sobre sexo, eu não sabia o que aquele homem tinha feito comigo”, recordou.

E finalizou: “É uma coisa horrível, mas acontece muito. Minha história é uma pequenininha no meio de um monte. Eu ainda tinha minha família, estava em um colégio de classe média, católico ainda. Ninguém veio perguntar. Qualquer pessoa adulta descobre se uma criança sofreu violência, mas a pessoa finge que não viu”, disparou.

Nas imagens, que ganharam as redes sociais no fim de semana, é possível ver a diretora do filme, Anna Muylaert, abraçando a artista. Ao fundo, Katiuscia Canoro (que faz parte do elenco) também aparece chorando bastante. Veja o trailer do filme clicando aqui.

Ex-TV Globo revela abuso sexual na infância

Helga Nemetik decidiu quebrar o silêncio e expor ter sido abusada sexualmente durante a infância. A ex-TV Globo, que atuou pela última vez na emissora na novela Nos Tempos do Imperador, contou detalhes do trauma que afetou, por muitos anos, a sua vida profissional e pessoal, na peça de teatro Não conta pra ninguém, que vai estrear no dia 7 de junho, no Sesi da Avenida Paulista, em São Paulo.

“Fui descobrindo que esses gatilhos e traumas decorriam do abuso que sofri. E eu sempre achei que lidava bem com isso. Achava que a culpa era minha, porque é isso que acontece com as vítimas de abuso”, disse para o jornal O Globo, no fim de maio.

Helga seguiu: “Então, durante toda a minha adolescência e primeira fase adulta, aquilo ficou esquecido e adormecido porque eu achava que a culpa era minha. Depois dos 35 anos, comecei a sofrer as consequências, porque o corpo guarda as marcas dos pensamentos e das emoções”.

Nemetik continuou o relato lembrando que passou a ter problemas psicológicos por conta do trágico incidente, já que mantinha o episódio trancado a sete chaves. Comecei a sofrer ataques de pânico e crises de ansiedade. E aí fui entender com a terapia que isso tudo era consequência do abuso. Então, eu pensei: ‘Nunca contei para ninguém. Eu preciso contar’”, ressaltou.

A artista, que ainda é cantora, falou da experiência de ressignificar a dor e transformá-la em arte: “Está sendo muito gratificante e ao mesmo tempo doloroso. Porque mexer nessas feridas é uma coisa que a gente precisa ter muito cuidado. Mas falar sobre isso e contar a minha história, obviamente com um pouco de ficção, pode não curar, mas de certa forma vai fazer com que eu comece a sublimar”.

Helga destacou a importância de compartilhar sobre o assédio, como forma de motivar outras mulheres a darem queixas de seus agressores. “Isso também é dar voz a todos os participantes desses episódios e induzir as pessoas a denunciarem. A gente não imagina quantas mulheres próximas de nós passaram por situações como essa, porque a gente não falou sobre isso. E muitas outras não falaram. Fazer essa peça é um desabafo, uma forma de sublimação e um incentivo à denúncia”, frisou.

Helga Nemetik finalizou pontuando que quase ninguém tem coragem de falar que já sofreu algum tipo de abuso sexual. “As pessoas estão mais acostumadas a me ver cantando em programas de música, musicais e comédias. Eu adoro fazer, mas preciso mostrar que a minha arte não é só isso. Ela também é uma arte que denuncia, que tem força dramática e que usa o teatro como um instrumento político e social”, encerrou.

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