Câmeras de segurança de uma penitenciária flagraram o momento que um preso é torturado por policiais. O caso ocorreu no Conjunto Penal de Brumado, no sudoeste da Bahia.
As imagens mostram o preso deitado no chão e sendo atacado por agentes com tiros, spray, socos e chutes por todo o corpo.
Confira o momento:
Em virtude do crime, na terça-feira (30/7), o Ministério Público da Bahia (MB-BA) denunciou à Justiça o ex-diretor da unidade, capitão da PM Cláudio José Delmondes Danda; a diretora adjunta Carol Souza Amorim; e mais quatro servidores públicos envolvidos no episódio. As informações são do G1.
O Ministério Público informou que o crime ocorreu em outubro de 2023, quando o preso foi submetido a “intenso sofrimento físico, como forma de lhe aplicar castigo pessoal”.
O detento recebeu atendimento médico no dia posterior ao ocorrido e foi submetido a exame médico legal em 5 de fevereiro de 2024, após requisição do Ministério Público.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) informou que atuou na identificação e investigação dos servidores e policiais penais suspeitos de participar do ato.
Defesa
Ao G1 a defesa dos policiais se posicionou sobre o caso.
“O advogado Lucas Cavalcanti, que patrocina a defesa dos policiais penais Jamerson Evangelista dos Santos, Jaime Ferreira Santos Júnior e Paulo Sérgio Brito da Silva, esclarece que recebeu com surpresa a informação pela imprensa do oferecimento de denúncia contra seus clientes. O preso supostamente vítima do fato apresentou comportamento agressivo, extremamente indevido e perigoso a exigir intervenção dos policiais penais para evitar motim e trazer de volta a paz no ambiente carcerário”, alegou.
A defesa reslatou, ainda, que “a unidade contava apenas com três policiais penais para um universo de cerca de 600 presos e qualquer comportamento inadequado por parte de um preso pela escassez de material humano especializado pode levar a uma tragédia.”
“Se não bastasse isso, o preso, mesmo após ser abordado pelos policiais penais, continuou a incitar a massa carcerária com gritos provocativos utilizados por facções criminosas que se valem de códigos, fato que exigiu uma atuação mais enérgica dos policiais penais, inclusive com uso moderado e proporcional da força.”
Para a defesa dos policiais, os acusados “agiram adequadamente”.