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Zika, Dengue, Chikungunya e Febre Oropouche: entenda como está o cenário epidemiológico do Acre

Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

O Estado do Acre registrou novos casos de arboviroses no período de uma semana, segundo o Boletim Semanal de Arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre). Dengue, Chikungunya e Zika são arboviroses  – doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos, mais comuns em ambientes urbanos.

Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos/Foto: Reprodução

A Chikungunya registrou aumento de 4 casos em apenas uma semana, saindo de 162 casos até 30 de julho para 166 casos até 7 de agosto, na Semana Epidemiológica (SE) 31. A incidência é de 26,5 casos para 100 mil habitantes. Nenhum óbito foi registrado até este período.

Sintomas da Cikungunya

O mosquito africano Aedes aegypti é o transmissor da dengue, ou melhor, a fêmea do mosquito/Foto: Freepik

Já o Zika vírus registrou apenas um caso em uma semana, saindo de 45 registros até 30 de julho para 46 até 7 de agosto. Esta doença também não causou nenhuma morte até o momento. De 22 municípios, 8 ainda não tem registros de casos em 2024.

Sintomas do Zika vírus

Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. Em geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito.

Dengue

A Dengue foi a doença com maior registro neste período, saindo de 2.617 casos até 30 de julho para 2.629 até 7 de agosto de 2024. Ao todo, foram 12 registros em uma semana. Com isso, a incidência dos casos é de 348,9 por 100 mil habitantes. Apenas dois municípios não tem informações sobre casos de dengue.

Vacinação contra Dengue

Iniciando a campanha em fevereiro deste ano, o Acre foi o primeiro estado da Região Norte a iniciar a vacinação contra a dengue. A expectativa inicial era vacinar 17.810 pessoas do público-alvo em todo o estado.

A meta do Estado foi alcançada após ampliação da faixa etária, que inicialmente era de crianças de 10 e 11 anos, no entanto, houve baixa adesão.

Em seguida, a faixa etária contemplada foi ampliada para crianças e adolescentes entre 10 e 16 anos, além de pessoas com comorbidades (diabetes, hipertensão arterial e renais crônicos), de 20 a 59 anos.

Com isso, todas as doses enviadas a 11 municípios acreanos foram aplicadas antes do vencimento, no final de abril.

Febre oropouche

O novo boletim apontou que os casos de febre oropouche voltaram a aumentar no Acre. Segundo os dados, o Acre tem 430 casos confirmados em 2024. Os dados são da Semana Epidemiológica (SE) 31 e levam em consideração os números inseridos até 7 de agosto de 2024. Mesmo com aumento de casos, Santa Rosa do Purus ainda é o único município sem registro de febre oropouche.

O aumento foi de 8 casos em uma semana e as amostras testadas foram 1.658, 55 a mais que no último boletim. O Acre havia apresentado estabilidade quando não registrou aumento de casos entre a Semana Epidemiológica 29 e 30.

A febre oropouche é uma doença infecciosa aguda e é causada pelo vírus de mesmo nome. Além disso, a doença é causada por um arbovírus.

Sintomas de Febre Oropouche

A febre oropouche é transmitida, principalmente, pelo Culicoides paraenses, mais conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Mas, apesar de ser o principal vetor, não maruim não é o único. Segundo a Revista Veja, em regiões urbanas, o Culex quinquefasciatus, o pernilongo visto comumente em residências, também é um dos vetores.

Acre tem mais de 400 casos de febre oropouche/Foto: Divulgação/Sesab/Foto: Divulgação/Sesab

O Ministério da Saúde registrou um caso de um bebê nascido no Acre com anomalias congênitas associadas à transmissão vertical de febre oropouche, segundo o Governo do Acre. O registro foi feito nesta quinta-feira (8).

O Estado publicou uma nota explicando a situação. Segundo a nota, o bebê morreu na última semana, após 47 dias de vida. A mãe, de 33 anos, havia apresentado rash cutâneo (erupções) e febre no segundo mês de gravidez. “Os exames laboratoriais no pós-parto deram resultado positivo para o vírus Oropouche”, segundo a nota.

Como se proteger?

Como forma de prevenção, uma das medidas é evitar áreas onde há presença excessiva de maruins e mosquitos, além do uso de telas de malha fina em portas e janelas, bem como usar roupas que cubram a maior parte do corpo.

Usar repelentes é uma das estratégias para evitar a picada do mosquito transmissor de arboviroses/Foto: Getty Images

Para evitar os mosquitos, é comum a orientação para manter a casa limpa, incluindo o quintal e locais de criação de animais, além de recolher folhas e frutos que caem no solo. O uso do repelente também é recomendado.

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