O dono de uma academia australiana proibiu os alunos de se filmarem durante o treino com a justificativa do espaço ter se tornado um “circo”. A decisão dividiu a opinião das pessoas — enquanto os “ratos de academia” se revoltaram com a ordem, outros empresários ao redor do mundo seguiram o exemplo.
Tony Doherty, fundador da academia Doherty’s, em Melbourne, na Austrália, proibiu completamente os tripés em todas suas unidades. Segundo o proprietário, as consequências de impedir que os alunos registrassem suas rotinas de exercícios mudaram um pouco a indústria fitness.
“Um dia, fui à academia e havia sete pessoas usando tripés em uma sala e pensei: ‘Preciso jogá-los na cabeça de alguém’. Estava fora de controle. Havia jovens e adultos que diziam: ‘Tenho que filmar e enviar para o meu treinador’, e eu simplesmente disse para parar”, contou Doherty ao podcast The Dos and D Show.
Ele também disse que quer proteger seus clientes famosos, afirmando que “ninguém tem o direito” de compartilhar uma imagem de alguém “suando com as pernas para o ar”. “Temos um juiz da Suprema Corte que treina na academia. Tenho certeza de que ele não quer participar do filme de outra pessoa, e assim por diante”.
Muitos indivíduos disseram à Doherty que ele perderia alunos, mas aconteceu o contrário. De acordo com o empresário, a mudança fez com que sua academia “ganhasse” novos clientes. “Às vezes, há boas consequências para decisões difíceis”.
Apesar de algumas pessoas terem ficado “ofendidas” com a proibição, academias ao redor do mundo seguiram o exemplo, principalmente no Reino Unido, onde houve uma “repressão a selfies e vídeos”. A PureGym, por exemplo, introduziu a regra para garantir a segurança e a privacidade dos alunos.
“A segurança é uma preocupação óbvia, equipamentos no chão podem ser perigosos. Além disso, o fator de distração é significativo”, disse Erin Blakely, uma instrutora de fitness, ao The Guardian. “Há uma tendência de se concentrar mais em obter a filmagem ideal do que no treino, o que anula todo o propósito.”