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Bruno Gagliasso critica governo Lula sobre queimadas e cobra ações efetivas contra a crise climática

Por Anieli Amorim, ContilNet

O ator Bruno Gagliasso, conhecido por seu ativismo ambiental, criticou duramente o governo do presidente Lula em uma publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (13), apontando a contradição entre o discurso de preservação ambiental e as ações concretas da administração federal.

Em seu desabafo, Gagliasso destacou o aumento das queimadas e as consequências da crise climática que afetam o Brasil, chamando a atenção para a urgência de medidas mais firmes por parte do governo.

Bruno Gagliasso, assim como muitos ambientalistas, pede mais coragem por parte dos líderes políticos/Foto: Montagem/Reprodução

“O Brasil está sufocado. Em pelo menos 60% do país, está difícil de respirar. O problema está posto, está no ar (literalmente)”, escreveu o ator, referindo-se à grave situação ambiental que atinge o país, com secas, incêndios florestais e ondas de calor prolongadas.

O post gerou grande repercussão, mobilizando seus seguidores e levantando discussões sobre as políticas ambientais do Brasil. A publicação chega em um momento em que o país enfrenta uma das piores temporadas de queimadas dos últimos anos, agravando a situação da qualidade do ar e expondo as fragilidades nas estratégias de combate ao desmatamento e às mudanças climáticas.

O alerta de Gagliasso é respaldado por cientistas e ambientalistas, que há décadas chamam a atenção para a iminente crise climática. “É preciso entender, de uma vez por todas, que a crise climática é uma realidade”, completou.

Foto publicada por Bruno Gagliasso nesta sexta-feira (13), mostrando a devastação das queimadas no Brasil/Foto: Reprodução

Nos últimos meses, o Brasil tem batido recordes de queimadas, particularmente na Amazônia e no Cerrado. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram um aumento alarmante de 47% no número de focos de incêndio no Acre, apenas entre janeiro e setembro de 2024.

A cidade de Feijó, por exemplo, lidera com mais de 1.000 focos de queimadas, seguida de Tarauacá e Rio Branco. Este aumento expressivo das queimadas tem colocado em risco a saúde pública, comprometendo a qualidade do ar e deixando várias regiões do país cobertas por densa fumaça.

Saiba mais: Número de queimadas aumenta no Acre e já é quase 50% maior do que o registrado em 2023

Para Gagliasso, o problema vai além das queimadas em si: ele critica as políticas governamentais que incentivam práticas predatórias. O ator questiona a insistência no investimento em combustíveis fósseis e no agronegócio, setores que, segundo ele, estão na raiz da degradação ambiental.

“Enquanto o Brasil arde, nosso país pede à União Europeia que suspenda os mecanismos anti-desmatamento. Não tem como o governo do presidente Lula lamentar pela crise climática enquanto investe mais de 360 bilhões no agro ou pretende instalar mais plataformas de petróleo”, pontuou.

De fato, o Brasil tem enfrentado desafios na implementação de políticas de combate ao desmatamento e às queimadas. Embora o governo Lula tenha reafirmado seu compromisso com a preservação ambiental, medidas recentes, como a ampliação de investimentos no agronegócio e a proposta de novos projetos de exploração de petróleo, levantam questionamentos sobre a coerência dessas ações com o combate à crise climática.

O STF, por sua vez, convocou estados da Amazônia, incluindo o Acre, a prestar contas sobre as ações adotadas para conter o avanço das queimadas. A resposta dos governos estaduais e federal será essencial para determinar as próximas etapas de combate à devastação da floresta e ao agravamento da crise climática no país.

Saiba mais: Acre é um dos estados que deve informar ao STF sobre ações de combate aos incêndios florestais

Bruno Gagliasso, assim como muitos ambientalistas, pede mais coragem por parte dos líderes políticos. Ele finaliza seu apelo cobrando medidas urgentes: “Se o Governo Federal e os governos estaduais não agirem com agilidade e firmeza, não teremos mais muito tempo neste planeta. E não há economia, não existe PIB, se não houver vida.”

Essa crítica ecoa um sentimento crescente de que o Brasil precisa reverter a destruição ambiental com ações mais incisivas e eficazes, em vez de continuar priorizando setores que contribuem para a degradação.

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