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Com baixa qualidade do ar, Acre registra quase 2 mil focos de queimadas em agosto, diz Inpe

Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou que entre os dias 01 a 31 de agosto, o Acre registrou 1997 focos de queimadas. O número foi 43% maior que no ano passado, quando o Acre registrou 1388 focos de incêndios florestais neste mesmo período.

A seca de 2024 já foi considerada a maior de toda a história do Acre e pode ser prolongado até o mês de outubro, segundo a Defesa Civil Estadual. Além das queimadas, a seca dos rios também impactam diretamente na saúde da população acreana, com baixa umidade do ar e fumaça.

Apesar da capital acreana viver dias de muita fumaça, o município que mais registrou focos de incêndios florestais foi Feijó, com 521 focos, representando 26,1% do total de incêndios, seguido de Tarauacá, com 322 focos, e Cruzeiro do Sul, com 243 focos.

A fumaça das queimadas na Amazônia chegou em outras regiões do país/Foto: Carl de Souza/AFP

Rio Branco, capital do Acre, registrou 147 focos, representando 7,4%. O município de Plácido de Castro registrou apenas 4 focos de queimadas, representando 0,2% do total.

Situação de emergência

O governador Gladson Cameli assinou um decreto em 20 de agosto declarando estado de emergência em todo o Acre por conta de incêndios em áreas de cobertura florestal, queimadas descontroladas e elevada emissão de fumaça. O documentou foi publicado na edição do Diário Oficial do Estado (DOE).

O Governo considera que o período compreendido entre os meses de abril e agosto de 2024 apresentou baixos índices de precipitação, temperaturas elevadas e baixo percentual de umidade relativa do ar, “circunstâncias evidenciadas pela declaração de situações de emergência por meio do Decreto n° 11.492, de 10 de junho de 2024, e do Decreto n° 11.525, de 29 de julho de 2024”.

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Segurança Pública amplia número de bombeiros para atuar no combate às queimadas/Foto: Ascom CBMAC

“Fica declarada situação de emergência de nível Il em todo o Estado do Acre, em decorrência do fenômeno classificado e codificado como desastre natural climatológico – seca – incêndio florestal – incêndio em áreas não protegidas, com reflexos na qualidade do ar”, diz o decreto.

O texto prevê que, cabe à Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil: a articulação junto às autoridades federais, estaduais e municipais; o planejamento e a coordenação de atividades e ações de socorro às comunidades isoladas; e a prestação de assistência aos Municípios que sofrem os efeitos da emergência.

Governo Lula reconhece situação de emergência

Foi publicado na edição do Diário Oficial da União da última sexta-feira (30), a portaria do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, que reconhece a situação de emergência em razão de incêndios florestais, nos 22 municípios do Acre.

O decreto havia sido publicado pelo governador Gladson Cameli neste mês, por conta de incêndios em áreas de cobertura florestal, queimadas descontroladas e elevada emissão de fumaça.

Rio Branco está coberta de fumaça há vários dias/Foto: Juan Diaz/ContilNet

O Governo considera que o período compreendido entre os meses de abril e agosto de 2024 apresentou baixos índices de precipitação, temperaturas elevadas e baixo percentual de umidade relativa do ar, “circunstâncias evidenciadas pela declaração de situações de emergência por meio do Decreto n° 11.492, de 10 de junho de 2024, e do Decreto n° 11.525, de 29 de julho de 2024”.

Também compreende que “a escassez de chuvas que se estende desde o primeiro semestre de 2024 tende a permanecer durante os próximos meses, com severa diminuição do nível dos rios e aumento dos riscos de incêndios florestais e queimadas urbanas”.

Péssima qualidade do ar

Dados da IQAir, empresa suíça que monitora as condições da atmosfera em todo o mundo, revelou que oito estados brasileiros – incluindo o Acre- e o Distrito Federal estão com a qualidade do ar insalubre.

Além do Acre, São Paulo – que vem registrando grandes incêndios nas últimas semanas -, Goiás, Minas Gerais, Amazonas, Rondônia, Pará e Tocantins estão na lista.

A qualidade do ar em Rio Branco foi considerada insalubre/Foto: Juan Diaz/ContilNet

De acordo com a medição feita pela empresa, a qualidade do ar é boa quando registra índices entre 0 a 40, moderada de 41 a 80, ruim de 81 a 120, muito ruim de 121 a 200, e péssima acima de 200. A IQRAir divulgou um mapa em que indica os locais com a qualidade pior.

A capital Rio Branco, ao lado de Porto Velho (RO), registrou o pior índice, com registros acima de 200. Em Brasília, os índices são de 131, Goiânia, 151 e Uberaba, no Triângulo Mineiro, 154.

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