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Conjuntivite, infecções respiratórias e mais: saiba quais doenças aumentaram no Acre no período de seca

Por Matheus Mello, ContilNet

Em agosto deste ano, o Governo do Acre publicou um decreto de situação de emergência nos 22 municípios em virtude do aumento brusco de doenças infecciosas geradas por bactérias, além de decretar situação de emergência no Acre por conta das queimadas e alto nível de fumaça.

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Doenças respiratórias intensificaram com o tempo seco e queimadas/Foto: Reprodução

O período de seca, queimadas e estiagem deixou as autoridades de Saúde em alerta.

Um levantamento da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), enviado com exclusividade ao ContilNet, revelou as doenças que tiveram aumento significativo neste período de seca extrema no estado.

Entre as mais comuns, segundo a pasta, são doenças relacionadas a infecções do sistema respiratório, além de conjuntivite, tosse e falta de ar.

O levantamento ainda informou que doenças respiratórias já existentes como crises asmáticas, bronquite, sinusite, rinite e enfisema, também foram intensificadas nesse período.

Boletim alerta

De acordo com o último boletim epidemiológico da Sesacre, entre janeiro e julho de 2024, foram registrados 19.926 casos de Síndrome Gripal nas Unidades Sentinelas, representando números menores que o ano anterior (17.447), quando comparamos os casos, no mesmo período em 2023.

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Ainda de acordo com o boletim, em relação aos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), outra doença que aumentou no período de seca, no ano de 2024, os números de notificações estão acima do ano anterior 2.146 casos e em 2023 no mesmo período analisado 1.904 casos.

O boletim apresentou as unidades de saúde que mais precisou hospitalizar pacientes com SRAG.

Fonte: Sesacre

Quem lidera o ranking é o Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul, seguido pelo Hospital da Criança, em Rio Branco.

Outro problema grave

Além do período seco e das queimadas, o Acre ainda enfrenta recordes de baixa umidade relativa do ar, o que também piora  a situação de pacientes com problemas respiratórios.

Ao ContilNet, o médico Guilherme Pulici fez alertas em relação aos perigos da baixa umidade relativa do ar. Ele lembra que abaixo de 60% – percentual ideal segundo a Organização Mundial da Saúde -, já é possível identificar alguns riscos.

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Podendo trazer repercussão sobre o sistema respiratório e também sobre o sistema cardiovascular. As crianças, bebês e idosos são mais suscetíveis a terem complicações e problemas mais graves relacionados aos poluentes, que atingem as vias aéreas. Mas também os portadores de doenças crônicas, como por exemplo, asmáticos, enfisematosos e portadores de doença renal crônica cardiopata”, disse.

O médico ainda aproveitou para dar dicas sobre o que fazer para evitar as complicações da baixa umidade relativa do ar.

“A gente recomenda que a população se hidrate bem, que evite se expor ao sol das nove da manhã até às dezoito horas, que é o horário em que a umidade relativa do ar atinge os níveis mais baixos”.

Além disso, atividades ao ar livre realizadas entre os horários em que a umidade tende a atingir níveis aceitáveis – antes das 09h da manhã e depois das 18h -, também é indicar para diminuir os impactos do clima seco.

Guilherme lembra ainda que o consumo de certos alimentos é outro grande aliado no enfrentando dos recordes de baixa umidade do ar.

“Dê preferência para ricos em nutrientes como frutas e legumes, porque além de ricos em nutrientes, eles também são ricos em água, e que ajuda a hidratar”, completou.

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