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Cruzeiro do Sul, a cidade inspirada nas estrelas e capital do Juruá, completa 120 anos

Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

No dia 28 de setembro de 1904 era fundada oficialmente Cruzeiro do Sul. Neste sábado (28), é comemorado os 120 anos da cidade, conhecida principalmente pela farinha de mandioca e pelas belezas naturais. O segundo município mais populoso do Acre fica há aproximadamente 632 km da capital Rio Branco e tem, aproximadamente, 91 mil habitantes, segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A capital do Juruá teve o nome inspirado na Constelação Cruzeiro do Sul e teve sua fundação oficializada em 28 de setembro de 1904, quando a sede do Departamento do Alto Juruá foi transferida para Cruzeiro do Sul. Não se sabe, exatamente, de quem foi a ideia de dar o nome à sede da prefeitura do Alto Juruá de Cruzeiro do Sul, mas a denominação é estabelecida no artigo 2° do Decreto.

Além de ser o segundo município mais populoso do Acre, Cruzeiro do Sul é conhecido pelas belas paisagens naturais.

Catedral Nossa Senhora da Glória. Foto: Juan Diaz/ContilNet

Natureza

Cruzeiro do Sul é banhado pelo Rio Juruá. O rio nasce no Peru e, com 2 410 quilômetros de extensão, é o 43º maior rio do mundo. Suas águas caudalosas e barrentas tem dois períodos distintos: no inverno, especialmente de dezembro a maio, é a época das enchentes, quando ele invade todas as terras baixas; e o período de verão, de junho a novembro, quando suas águas baixam de tal maneira que os barcos e balsas de maior porte não conseguem chegar a Cruzeiro do Sul.

Além das riquezas da natureza, Cruzeiro do Sul também é conhecido pela farinha de mandioca, que recebeu selo de Indicação Geográfica (IG), que protege o produtor e o modo de fazer da farinha, que a torna tão acreana. Além isso, também é um dos produtos mais vendidos e pedidos pelos turistas.

Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul/Foto: Juan Diaz/ContilNet

História de Cruzeiro do Sul

A região que hoje compreende o município era habitada por povos indígenas. Os povos que habitavam o vale do Juruá, divididos em 49 etnias, eram pertencentes a etnias de línguas Pano, e se dividiam em grupos com as suas denominações particulares tais como Ararauas, Catukinas e Curimas.

Em 1857 ocorre o início das expedições para o Alto Juruá, quando o chefe de índios João da Cunha Correia chegou a foz do Rio Juruá-Mirim. Várias expedições foram realizadas, proporcionando o início do povoamento da região. A etnia dos Nauas (os principais dominantes que fez retroceder a expedição do cientista inglês William Chandlesse em 1867) abandonou a localidade a partir de 1870 rumando para o Peru pelos altos rios em função de uma terrível epidemia. Assim, formaram-se seringais como consequência da imigração de nordestinos que, acossados pelo fenômeno das secas, abandonaram os sertões entre 1877 a 1879.

Farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul, com selo de Indicação Geográfica (IG). Foto: Juan Diaz/ContilNet

Em 17 de Novembro de 1903, o território do Acre, incorporado ao Brasil pelo Tratado de Petrópolis, foi dividido em três departamentos: Alto Juruá, Alto Purus e Alto Acre, todos independentes entre si e diretamente subordinados ao Governo da União. Cada um dos departamentos era administrado por um Intendente (cargo parecido com o de prefeito atual, só que nomeado pelo Presidente da República, até 1920).

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