As hepatites virais são doenças que atingem grande parte da população brasileira. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C, e existe ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D, mais comum no Norte do país, e a hepatite E. São doenças que podem levar a complicações graves, como cirrose e câncer de fígado. Contudo, geralmente são assintomáticas, o que torna a detecção precoce fundamental.
O Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2023 foram registrados 17.123 casos de hepatites no Acre, sendo 4.629 de hepatite A; 9,298 de hepatite B; 2.143 de hepatite C, 1.041 de hepatite D e 12 de hepatite E.
Já os óbitos, entre os anos de 2000 e 2022, foram registrados 1.231 óbitos por hepatites virais, sendo divididos em básica e associada. De acordo com os dados, foram 24 mortes por hepatite A (21 básica e 3 associada); 507 por hepatite B (352 básica e 155 associada); 576 por hepatite C (381 básica e 195 associada) e 124 por hepatite D (87 básica e 37 associada). Não há registro de hepatite E neste período.
O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, feito pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente , é um instrumento anual de vigilância e gestão, elaborado a partir da consolidação de informações sobre casos e óbitos de hepatites.
Hepatites virais no Acre
Em julho, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) enviou um relatório ao ContilNet que revela que a hepatite B segue sendo a que mais acomete os acreanos.
Em entrevista ao ContilNet, o médico infectologista Thor Dantas, lembrou que o Acre já é conhecido, a partir de resultados de estudos clínicos e pesquisas científicas como um dos estados com a maior prevalência de hepatites virais crônicas no país. “Em hepatite C nós somos os campões entre todos os estados”, disse.
O médico lembra que a partir dos dados da Sesacre, é possível identificar que as duas hepatites B e C continuam ocorrendo de forma muito importante ao longo dos últimos dez anos.
Thor lembra ainda que em relação a hepatite B, há uma vacina que previne a doença logo na infância. Contudo, muitas crianças não estão tendo acesso à primeira dose do imunizante logo ao nascer. O médico destaca que esse tipo da doença é o mais propenso a transmissão.
Vacinas disponíveis no SUS
A melhor estratégia de prevenção da hepatite A e B é a vacina – as doses estão disponíveis nas salas de vacinação de todo país. Elas são altamente eficazes, e devem ser realizadas com esquema completo para ter a máxima eficiência. Saiba o esquema recomendado pelo Calendário Nacional de Vacinação:
Crianças
- Hepatite B recombinante: 1 dose ao nascer
- DTP + Hib + HB (penta – entre outras doenças, protege contra a Hepatite B) / 3 doses recomendadas: 1ª aos 2 meses; 2ª aos 4 meses; 3ª aos 6 meses
- Hepatite A (HA): 1 dose recomendada aos 15 meses
Adolescentes, adultos e gestantes
- Hepatite B: 3 doses recomendadas (iniciar ou completar o esquema de acordo com a situação vacinal). Intervalo recomendado: 2ª dose deve ser aplicada 1 mês após a 1ª dose e a 3ª dose deve ser aplicada 6 meses após a 1ª dose.