A fumaça das queimadas do Brasil e de outros países da América Latina cruzou Oceano Atlântico e chegou ao Sul da África, de acordo com informações levantadas pelo MetSul. A presença de material particulado advindo dessa região foi detectada pela análise de satélites meteorológicos feita pela Divisão de Aerossóis da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, a agência de clima do governo dos Estados Unidos.
As partículas suspensas no ar atmosférico teriam sido transportadas por meio de correntes de vento, capazes de percorrerem grandes distâncias em elevadas altitudes. Ainda segundo o MetSul, o fenômeno pode ser explicado pelo número “excepcionalmente alto” de queimadas na região neste mês, liberando uma quantidade de poluentes suspensos na atmosfera muito acima do normal.
A partir de monitoramentos feitos em colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), também foram identificadas nove localidades brasileiras que superaram a média histórica de queimadas de setembro inteiro apenas na primeira quinzena do mês.
De acordo com o levantamento, o estado com mais queimadas nesse período foi o Mato Grosso, com 14.659 focos de calor. Os estados do Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, São Paulo, Tocantins e o Distrito Federal também registraram recordes em números de incêndios neste mês.
Segundo o Inpe, na região acreana somente entre os dias 1 a 9 deste mês, o município de Feijó registrou 225 focos, Tarauacá teve 158, Cruzeiro do Sul possuía 95, e Manoel Urbano deteve 37 pontos de incêndio.