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Governo lança campanha contra queimadas em meio a recorde de focos de incêndio; VÍDEO

Por Anieli Amorim, ContilNet

Diante do aumento alarmante das queimadas no Acre, o governo estadual lançou, na tarde desta quarta-feira (25), uma campanha nas redes sociais com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos e incentivar denúncias contra práticas criminosas.

Incêndio florestal avança em área de vegetação, destacando a velocidade e a gravidade das queimadas/ Foto: Reprodução

A campanha, que circula amplamente em plataformas digitais, alerta sobre os prejuízos ambientais, à saúde pública e à vida animal, além de reforçar a importância de denunciar focos de incêndio através dos números 193 (Corpo de Bombeiros) ou 190 (Polícia Militar).

O vídeo oficial da campanha exibe imagens de incêndios devastadores em diversas áreas do Acre, destacando a gravidade da situação. A mensagem ressalta que, além dos prejuízos materiais, as queimadas colocam em risco a vida e a saúde da população.

As imagens também reforçam que, após o fogo, o que permanece são cicatrizes profundas na terra e na história, e que é fundamental preservar o que ainda resta. A campanha conclui com um apelo urgente para que as pessoas ajam agora no combate às queimadas.

A legenda reforça: “Preserve nossas florestas e proteja nossa saúde! As queimadas trazem sérios riscos, tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas. Denuncie atividades suspeitas e ajude a prevenir tragédias.”

A campanha ocorre em um momento crítico. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 1º a 24 de setembro de 2024, o Acre registrou 3.571 focos de incêndio, um aumento de 39,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Saiba mais: Acre registra mais de 3,5 mil focos de queimadas em setembro; veja ranking por município

O município de Feijó lidera com 873 focos, seguido por Tarauacá (597) e Cruzeiro do Sul (313), e a capital Rio Branco com 252. Essa elevação nos focos de calor tem sido agravada pela seca severa, com as altas temperaturas e a baixa umidade intensificando o risco de incêndios.

Brigadistas em período de queimadas no Acre/Foto: Sérgio Vale

Impacto na saúde e no meio ambiente

Além do impacto direto sobre o meio ambiente, as queimadas têm prejudicado seriamente a qualidade do ar, especialmente em Rio Branco, que recentemente registrou a segunda pior qualidade do ar do país, atrás apenas de Porto Velho. De acordo com a plataforma IQAir, da ONU, o ar da capital está quase 18 vezes mais poluído que o nível considerado aceitável para a saúde humana. A fumaça densa obrigou o governo a suspender as aulas em escolas públicas e privadas, afetando mais de 130 mil alunos.

Saiba mais: ‘Insalubre’: Rio Branco tem a segunda pior qualidade do ar do país, diz plataforma da ONU

Os efeitos também são devastadores para a fauna local. De acordo com o Corpo de Bombeiros do Acre, entre janeiro e setembro deste ano, cerca de 400 animais silvestres foram encontrados feridos, mortos ou em fuga devido às queimadas. Espécies como macacos, tatus, tamanduás e cobras são frequentemente resgatadas ou localizadas já sem vida nas áreas atingidas pelo fogo.

Além do resgate, o Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) também atuam na proteção de animais e na aplicação de multas ambientais, que já somam mais de R$ 15 milhões em 2024.

Saiba mais: Pelo menos 400 animais silvestres foram feridos ou mortos durante queimadas no Acre

O Governo Federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, liberou R$ 12,6 milhões para o Acre enfrentar a crise das queimadas, com recursos destinados ao combate de incêndios e à preservação ambiental.

O governador Gladson Cameli também declarou estado de emergência ambiental no estado, reforçando a necessidade de ações urgentes contra a destruição ambiental e os prejuízos econômicos decorrentes.

A importância da denúncia e da prevenção

Com o aumento dos focos de incêndio e as consequências negativas para a saúde e o meio ambiente, a campanha do governo busca engajar a população no combate às queimadas.

O objetivo é criar uma rede de colaboração entre moradores, órgãos públicos e autoridades ambientais, promovendo a denúncia de queimadas ilegais e conscientizando sobre os danos permanentes que essas práticas podem causar.

O alerta final do vídeo é claro: “O tempo de agir é agora.” Em um momento em que o Acre enfrenta uma de suas piores crises ambientais, o esforço coletivo se torna fundamental para preservar o que ainda resta e proteger o futuro das próximas gerações.

Veja o vídeo:

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