Ainda impactada por ter sido impedida de vir ao Acre por causa das queimadas e da fumaça que se espalham por todo o país, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, voltou a dizer, nesta terça-feira (18), que o Brasil está sob risco e que os incêndios são, de fato, atos de terrorismo. Segundo ela, a combinação entre a seca severa e os incêndios que atingem diversos estados provoca uma “situação de risco em todo o território nacional” e que o governo federal prepara um pacote de ações para combater as queimadas.
“Nós estamos diante de uma situação grave. Só para se ter uma ideia, de uma área de quase 5 milhões de km², com matéria orgânica muito seca, em processo de combustão muito fácil em função da baixa umidade, da alta temperatura e da velocidade dos ventos. É como se tivéssemos uma situação de risco em todo o território nacional”, disse Marina durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação).
A ministra defendeu uma ação coordenada entre governo federal, estados e municípios para conter a crise climática. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta terça-feira com os chefes dos Três Poderes para debater medidas em resposta aos incêndios. Também está previsto um encontro com governadores ainda nesta semana.
“É preciso que haja uma ação coordenada o mais rápido possível, e estamos trabalhando nessa direção. As medidas têm sido suficientes? Ainda não têm sido suficientes. Mas elas estão sendo ajustadas o tempo todo”, reforçou a ministra.
Ainda durante a entrevista, Marina Silva destacou que o problema da seca não atinge só o território brasileiro, mas diversos países. A diferença, segundo ela, é que no Brasil há um “terrorismo climático”, que impulsiona a alta nas queimadas.
“Essa seca está acontecendo em vários lugares do mundo: na Bolívia, no Peru, no Paraguai, e em outras partes do mundo também temos incêndios. A diferença é que, aqui no Brasil, há essa aliança criminosa, uma espécie de terrorismo climático, onde as pessoas estão usando a mudança do clima para agravar ainda mais o problema”, disse.
A ministra reforçou que o uso do fogo está proibido em todo o país em função da seca e defendeu penas mais duras para quem comete esse tipo de infração.