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Marvel se une a Kondzilla em projeto de trap para pessoas pretas

Por Metrópoles

Marvel apresentou, nesta segunda-feira (30/9), a segunda edição do projeto O Poder É Nosso. A iniciativa, desta vez, conta com a colaboração de artistas do KondZilla para a interpretação de uma música trap que faz um link entre os heróis negros da Marvel e a realidade da juventude preta no Brasil.

A composição foi feita por Coruja BC1 e a produção é de DJ MaxnosBeatZ. Os convidados para a interpretação musical do novo single no projeto foram os artistas Jovem MK, MC Luanna e Malcolm VL. Em entrevista ao Metrópoles, Tico Fernandes, sócio da KondZilla, falou sobre os artistas selecionados.

“A gente recebeu esse convite de uma forma muito feliz. A nossa escolha dos artistas foi pensando no atual momento deles e também em encaixar pessoas que conseguiriam entregar essa ancestralidade que o projeto precisava. Acho que foi uma escolha muito boa”, afirmou.

Reprodução

Interpretando uma canção escrita por outro artista, algo que não é comum no cenário do rap, os cantores gostaram da experiência, como conta Jovem MK. “Foi da hora. O Coruja é um ótimo letrista. Por mais que ele use palavras e métricas diferentes, para mim foi uma honra interpretar a letra dele”.

Videoclipe representativo

A equipe Kondzilla também foi responsável por produzir o videoclipe do single, dirigido por Kaique Alves, em Heliópolis, a maior comunidade de São Paulo. O vídeo mostra jovens pretos em situação de vitória como a aprovação no vestibular e a promoção no trabalho. O diretor da produção deu detalhes de como foi feito o clipe.

“Minha preocupação principal era trazer uma mensagem. O clipe, inspirado em Wakanda, tem o objetivo de mostrar os heróis sem capa de uma forma visual interessante, apostando na estética urbana. Fizemos isso colocando as ‘quebradas’ em lugar de destaque e misturando com elementos da cidade”, explicou.

A mensagem dos heróis sem capa

Jovem MK, MC Luanna e Malcolm VL, selecionados para o projeto O Poder É Nosso, ocupam uma posição de destaque e são vistos como referência por várias pessoas. E eles têm noção da responsabilidade, como disse MC Luanna, contando que ainda mora na comunidade mesmo após o recente sucesso.

“O que a gente faz, não só musicalmente, contribui muito para a educação de uma próxima geração. Me sinto responsável por trazer novos jeitos de pensar e por educar quem me escuta, quem me enxerga. Eu mudei a minha realidade e sigo próxima de pessoas que podem mudar suas realidades”, afirmou.

Jovem MK também acredita na aproximação como fator para mudar a vida de outras pessoas. “Precisamos trazer a aproximação de quem acompanha a gente para que eles sintam que, mesmo fazendo outras funções, eles não estão tão distantes da nossa realidade.”

Na primeira edição, cinco artistas pretos e brasileiros foram convidados pela Marvel para criarem releituras de personagens. Negritoo ficou responsável pelo Pantera Negra, Luna com as Mulheres de Wakanda, Massai com o Miles Morales, Crica com a Tempestade e DGOH com o Falcão.