O ministro do Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), compareceu neste domingo (22/9) ao velório do delegado da Polícia Civil paulista Mauro Guimarães Soares, morto em uma tentativa de assalto na manhã de sábado (21/9), na Vila Romana, zona oeste da capital.
O corpo do delegado, que trabalhava no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), foi sepultado pela manhã no Cemitério Gethsêmani, no Morumbi, zona sul paulistana.
Moraes foi secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo entre 2015 e 2016, na gestão do ex-governador e atual vice-presidente Geraldo Alckmin, e era amigo da família de Mauro Soares, formada por policiais.
A presença no velório não estava na agenda oficial de Moraes, e pegou autoridades de surpresa. O ministro ficou cerca de 30 minutos no local.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual secretário da Segurança, Guilherme Derrite, não compareceram ao velório. Eles foram representados pelo delegado-geral da Polícia Civil, Arthur Dian.
A jornalistas, Dian disse que um dos suspeitos, que aparece nas imagens de uma câmera de segurança fugindo em uma moto, ainda é procurado. “Ele estava ali dando a cobertura. A gente tem outras imagens também de outras ruas. Então, a gente vê os dois trabalhando conjuntamente para a ação criminosa. Então, ele é um dos suspeitos, sim”.
Antes de cair desacordado, o delegado Mauro Soares conseguiu balear sete vezes o outro assaltante, Enzo Wagner Lima Campos, de 24 anos. O rapaz foi socorrido e levado para o Hospital Universitário, onde permanece internado e consciente. Em vídeo gravado policiais dentro do hospital, ele identificou o comparsa como “Sidão” e disse que não o conhecia muito bem.
Crime
Mauro Guimarães Soares foi vítima da tentativa de assalto enquanto caminhava ao lado da esposa, Ana Paula Ramalho Soares, que também é policial, pela rua Caio Graco, na Vila Romana, zona oeste de São Paulo, por volta das 11h de sábado.
Em um primeiro momento, ele parece colaborar com o assaltante, fazendo menção de entregar seus pertences. De repente, ele saca sua arma e tem início a troca de tiros.
Assista:
Carreira
Mauro Guimarães Soares tinha 59 anos de idade e trabalhava havia mais de três décadas na Polícia Civil de São Paulo.
Durante de 35 anos de carreira policial, ele passou por diversas delegacias da região metropolitana da capital e do interior até chegar ao Deic, onde atuava antes de ser morto ao lado da mulher, Ana Paula, ex-delegada-geral adjunta.
Mauro Soares já tinha sido delegado seccional de Sorocaba e atuou em delegacias de Osasco e Carapicuíba. Em São Paulo, uma de suas passagens foi pelo 15º Distrito Policial, no Itaim Bibi. O irmão dele, Maurício Guimarães Soares, foi delegado da Antissequestro, e o pai, Acrisio, chegou a comandar o Deic.
A Polícia Civil prestou uma homenagem ao delegado e deixou uma mensagem de luto no Instagram da corporação.
“A Polícia Civil lamenta profundamente a morte do Dr. Mauro Guimarães Soares. […] Solidarizamo-nos com amigos e família nesse momento de dor”, diz a mensagem. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) também lamentou o ocorrido.
Titular da pasta, o secretário Guilherme Derrite defendeu a necessidade de combater a reincidência criminal. O assaltante, Enzo Wagner Lima Campos, de 24 anos, já tinha sido preso em flagrante quatro vezes por crimes de roubos patrimoniais com uso de arma de fogo e condenado no ano passado.
“Que Deus abençoe os familiares, amigos e colegas policiais do delegado e que os responsáveis pelas leis em nosso país coloquem a mão na consciência, já que a cada absurdo como esse fica mais clara a necessidade de combatermos a reincidência criminal. Não é possível que um ‘especialista’ com um discurso garantista não perceba que essa postura está custando vidas”, disse Derrite.