Morre Floriano, antigo porteiro e segurança do Cine Rio Branco

Ele era uma espécie de terror dos meninos que tentavam entrar no ambiente sem pagar ingresso

Personagem icônico de Rio Branco, que aos poucos cede lugar à chamada modernidade, despede-se da vida nesta quinta-feira (19), aos 67 anos, Antônio Floriano. Dito assim, mesmo com nome e sobrenome, ninguém sabe de quem se trata, mas, se alguém disser tratar-se do antigo porteiro e segurança do extinto Cine Rio Branco, no centro da capital, muitos hão de lembrar daquele homenzarrão com cara de mau, mas que, no fundo, era um gigante gentil.

Como porteiro e controlador da roleta de entrada do cinema, que também servia de palco para outros espetáculos, Floriano era o terror de muitos meninos e adolescentes que teimavam em tentar assistir aos espetáculos ali realizados sem pagar o ingresso de entrada. Eram os chamados “furões”, um tipo de gente que o segurança, em seus ofícios, não hesitava em denunciar à polícia.

Antônio Floriano, icônico porteiro do extinto Cine Rio Branco, marcou gerações com seu jeito firme, mas gentil/Foto cedida

Numa época em que não se sonhava com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), muitos daqueles infratores acabavam detidos pela polícia, e alguns chegavam a sofrer castigos com palmatórias de madeira aplicadas nas mãos. Mas, apesar do temor, ele era um homem carinhoso e até respeitado — desde que não se ousasse passar por ele sem pagar a entrada.

O terror daquela garotada partiu, levando seus segredos, vítima de diabetes e outras doenças.

A casa de espetáculos à qual ele serviu por décadas em suas portas, há muitos anos transformou-se num comércio de venda de roupas, o Formigão. A família não informou o local nem o horário do velório.

Rio Branco perde mais um de seus personagens.

PUBLICIDADE