O processo de autoconhecimento é como um espiral: às vezes nos elevamos, outras vezes caímos, mas nunca somos os mesmos. Pode até parecer que estamos enfrentando os mesmos desafios, mas, na verdade, é a nossa percepção que muda. E a grande questão aqui é: por que algumas situações parecem se repetir?
Hoje quero falar sobre segurança e autoconfiança. Um tema que me apaixona, pois está no cerne das nossas decisões e da nossa evolução. Recentemente, assisti a um documentário sobre Simone Biles, uma das maiores ginastas da história. Durante as Olimpíadas de Tóquio, ela enfrentou um curto-circuito no corpo e na mente. Seu senso espacial foi abalado, e os riscos eram reais — a queda poderia ser fatal.
Ela dedicou a vida inteira à ginastica artística, e no momento mais crucial, algo falhou. A crítica veio forte, mas, com uma segurança admirável, Simone tomou a decisão de recuar. Colocou a mochila nas costas e saiu. O status quo diria para continuar, mas ela optou pelo oposto: cuidar de si mesma.
Esse tipo de segurança é raro e poderoso. É o exercício de ouvir a própria voz. Às vezes, isso significa dizer “não” para o que esperam de nós, e até para o que idealizamos de nós mesmos. Recentemente, tomei decisões na minha própria vida que exigiram essa mesma escuta interior. Eu sabia o que meu ser queria, e também de onde eu não queria mais voltar. Com segurança, decidi dar um passo atrás no empreendedorismo, sabendo exatamente quem eu sou e o que valorizo.
Afinal, qual é a sua régua de valorização? O que te dá segurança nas suas relações pessoais e profissionais? Todos temos pontos cegos, mas eles não precisam ser nossa bússola. Nossa direção deve sempre ser o propósito.
Segurança é mais do que performance. Não se trata de gritar, agitar ou criar vídeos motivacionais. Segurança é transformação de dentro para fora. É apoderar-se das vulnerabilidades e, com isso, se tornar inteiro.
Finalizo este artigo com uma certeza: segurança é saber quem você é e agir com integridade, mesmo quando a decisão mais difícil é recuar.
Maysa Bezerra
Storytelling