O que era para ser um dia normal de show, virou caso de assédio em São Paulo. A humorista Tatá Mendonça, que se apresenta como “cega na comédia”, usou as redes sociais para falar sobre o colega que passou a mão nela durante uma apresentação.
Segundo o UOL, o autor do assédio é Cadu Moura, também comediante e editor de vídeo. O caso foi registrado como importunação sexual na Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência e encaminhado ao 92º Distrito Policial (Parque Santo Antônio).
Nos stories do Instagram, na noite de quinta-feira (19/9), Tatá falou sobre o caso: “Não sei nem por onde começar. Alerta de gatilho, meninas. Pra variar, assédio… Sofri um assédio no palco. Ele era meu editor, supostamente. O dinheiro que eu pagava pra você, eu tirava, muitas vezes, da minha boca, porque eu sabia onde eu tinha potencial para chegar”, começou ela, sem citar o nome do rapaz.
E continuou seu relato: “Na hora, realmente fiquei chocada. É surreal, eu não estou acostumada, de nenhuma forma, a ser exposta desse jeito. Eu não tenho estômago para falar, fico muito feliz que tenha o vídeo. Surtei porque achei que não ia ter vídeo, aí é difícil, porque eu não ia querer me expor. É difícil, mas, meninas, vamos começar a expor”, declarou, antes de completar:
“Eles são nojentos, eles têm que passar vergonha. E não tem problema, não. Hoje não posso postar você, porque tenho colhão pra isso, mas quando você perder, vou te postar”, avisou ela
Em seguida, ela fez um desabafo sobre suas dificuldades: “Depois que entrei na comédia, conheci uma coisa: a ansiedade. Foi produtor roubando pra lá, foi neguinho fazendo palhaçada pra cá, foi desrespeito. Olha, surreal. Não vou deixar de trabalhar, eu vou sair da pobreza, mesmo que um branco não queira. A minha vida é difícil por causa da sociedade que enxerga”, disparou.
E finalizou: “É a minha arte, meu trabalho. E eu não vou parar meu trabalho, não vou baixar a cabeça. Nunca tinha acontecido comigo desse jeito, de encostar em mim tão explícito. Nem sei, viu. Foi surreal, porque eu estava trabalhando, não estava brincando. Não tenho condições de ficar me pronunciando, é difícil”, definiu.
Assista ao momento do assédio
Documentário das Paquitas revela assédio
Para Sempre Paquitas está dando o que falar. Dentre as histórias de bastidores das ex-assistentes de palco do Xou da Xuxa, relatos de assédio e até de um homem acariciando as genitálias durante uma apresentação de Xuxa Meneghel.
No segundo capítulo o documentário disponível no Globoplay, a Rainha dos Baixinhos conta que flagrou um homem se masturbando enquanto ela estava no palco:
“Eu falei vai no microfone: ‘Olha o que que o cara está fazendo’. Aí, pegaram ele ali”, relembrou Xuxa.
Na sequência, Leticia Spiller conta que foi assediada por um câmera, quando tinha 16 anos. “Me chamou pra jantar. Um câmara de sei lá quantos anos, quarenta. Ele tinha aquela coisa de estar sempre paquerando, estar sempre insinuando, de estar sempre não me deixando à vontade. Digamos assim, né?”, revelou.
Spiller completou: “E eu precisava ficar à vontade ali no meu ambiente de trabalho, [mas] sempre me sentia um pouco invadida nesse sentido. E a Marlene [Mattos] não tolerou, entendeu? Ela demitiu”.
Andréia Veiga também desabafou sobre uma investida que sofreu. “Era uma pessoa grande dentro de televisão e a pessoa me segurou, me empurrou na parede, me deu um beijo e eu fiquei desesperada, não sabia o que que era aquilo. Quer dizer, eu sabia o que que era aquilo, mas não entendia por que aquilo, entendeu?”, pontuou.
Veiga explicou que fez uma queixa para a ex-diretora do programa, comentando o que havia sofrido:
“E aí eu fui falar com a Marlene e com a Xuxa e elas super tomaram as minhas dores e foram, com tudo, em cima da pessoa na época. Ok, acabou ali entendeu? Não tinha esse negócio de processar. Não valia mais à pena mais nisso. Já foi. Mas a gente passou por isso”, destacou.
Por fim, Xuxa Meneghel reforçou que não é mais admissível esse tipo de investida sem intimidade ou consentimento. “Não era normal, não pode ser normal. A gente meio que levava, hoje em dia, a gente não pode mais. A gente não pode mais aceitar isso, não faz mais parte desse mundo, do nosso mundo. A gente não pode aceitar”, finalizou.