A esquerda saiu mais que fragilizada nas eleições municipais deste ano no Acre. Apenas um prefeito foi eleito por um partido de esquerda. E por uma diferença minúscula. Foi o Padeiro, do PDT, reeleito no Bujari com 49,79%, contra 48,54% do seu adversário. O PDT ainda tentava reeleger uma segunda prefeita, Maria Lucineia, em Tarauacá. Ela não foi reeleita.
Mesmo sendo um político de esquerda, Padeiro não tinha aliados do mesmo espectro na chapa que lhe fez ser reeleito. Pelo contrário! Ele tinha ao lado PL (partido do ex-presidente Jair Bolsonaro) e o Progressistas, partido do governador Gladson Cameli.
Em Rio Branco, o partido não conseguiu formar chapa de vereadores e não se aliou a nenhuma candidatura majoritária. Contudo, por ser uma sigla que compõe a base do Governo, os membros apoiaram a reeleição de Tião Bocalom (PL).
Ou seja, o único partido de esquerda que ainda detém uma prefeitura no Acre está aliado com partidos de direita e centro e deixou de lado os partidos mais tradicionais de esquerda – PT, PCdoB e PSOL. E isso diz muito sobre as próximas eleições estaduais em 2026.
Caminho claro
O jornalista Igor Felippe Santos, do Brasil de Fato, foi claro em um artigo publicado logo após as eleições. “A extrema direita ideológica e a direita pragmática, o chamado centrão, são as duas forças políticas que saíram fortalecidas do 1º turno das eleições municipais de 2024”.
Prova disso é em Rio Branco, onde o governador Gladson Cameli conseguiu emplacar 14 prefeituras no Acre. Todos eleitos pelo Progressistas, um partido assumidamente de centro-direita.
Já o PT, sigla que atualmente representa a maior parcela da esquerda no país, conseguiu perder a única prefeitura que tinha nas mãos no Acre: Xapuri, terra de Chico Mendes. Por lá, após três prefeituras petistas seguidas, um partido de direita levou a melhor.
Recado para 2026
As urnas deram um recado claro para a esquerda do Acre em 2026: ou se ajustam, ou deverão sofrer mais uma derrota amarga. Sem um nome em ascensão, os partidos de esquerda terão um desafio para as próximas eleições eleições. Vão precisar achar nomes fortes para o Governo, Senado e cadeiras para a Câmara Federal e Aleac. É um desafio e tanto.