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Após vitória de Ricardo Nunes em SP, Tarcísio de Freitas começa a dar às costas a Bolsonaro e ao PL

Por Tião Maia, ContilNet

Vitorioso nas urnas, com a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o pupilo que ele colocou debaixo do braço na última campanha eleitoral, no primeiro e no segundo turnos, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já avisou a aliados, nesta segunda-feira (28), que não vai mais deixar o Republicanos para se filiar ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas/Foto: Divulgação

É que, lembrado como possível candidato à presidência da República em 2026 por uma coalização dos partidos de Direita, incluindo o PL, o governador paulista dá demonstrações de que vai querer correr em faixa própria, longe do chamado bolsonarismo raiz.

Inelegível, com uma possibilidade de anistia cada vez mais difícil, podendo iniciar o mês de novembro indiciado por diversos crimes pela Procuradoria Geral da República (PGR) e pela Polícia Federal, Jair Bolsonaro, com todo seu sobrenome que virou sinônimo de corrente político-ideológica, também pode ser sinônimo de problemas e uma espécie de cadáver político insepulto, e por isso mesmo, difícil de carregar.

Ao anunciar que prefere ir de Republicanos, Tarcísio de Freitas manda dizer que quer o apoio do bolsonarismo, mas quer ter identidade própria para a disputa em 2026.

Até as urnas de domingo darem a vitória de Ricardo Nunes, o governador paulista tinha sinalizado ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que se filiaria à sigla após as eleições municipais de 2024, que foram concluídas no domingo. Lacrada as urnas com seu pupilo vencedor, Tarcísio de Freitas deu, como se diz no acreanês, uma banana ao bolsonarismo, a Valdemar Costa Neto e ao PL.

Interlocutores de Tarcísio disseram ao colunista Guilherme Amado, do sistema Metrópoles, de Brasília, e que cobre também outros estados, como São Paulo, que o governador deve continuar no Republicanos pelo menos até 2026, último ano de seu atual mandato à frente do Palácio dos Bandeirantes.

Em julho deste ano, Valdemar Costa Neto deu uma série de entrevistas anunciando a filiação de Tarcísio ao PL. O próprio Bolsonaro chegou a dizer que a migração do governador para a sigla estaria 90% acertada.

A se confirmar a posição de Tarcísio, de permanecer no Republicanos, que ganha força no espectro político da Direita no país, é o bispo Edir Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus, que há mais de duas décadas trabalha com a intenção de fazer um presidente da República.

Com Tarcísio no Partido, que representa o braço político da Igreja, metade do caminhão sonhado por Edir Macedo está pavimentado. O resto só o futuro dirá.

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