Botafogo: melhor jogador do Brasil coloca o grande time do ano na final da Libertadores

Atuação assombrosa de Luiz Henrique leva Botafogo à decisão como favorito, seja quem for o adversário

Aconteceu no finzinho do primeiro tempo. Foram dois lances parecidos, um aos 44 e outro aos 45. A bola foi parar com Luiz Henrique no lado direito do ataque. Ele riscou para o meio, passou pelos marcadores e mandou o chute de canhota: o primeiro longe, por cima; o segundo espalmado por Aguerre, goleiro do Peñarol.

Não percebemos, não tínhamos como saber, mas ali esteve a faísca, dali veio a explosão. Foi naquele instante, naquele pequeno recorte de jogo, que Luiz Henrique decidiu: a noite seria dele, a vitória seria do Botafogo, o Botafogo iria para a final da Libertadores com uma atuação assombrosa de seu camisa 7.

Até ali, o time brasileiro fazia uma partida burocrática no ataque e até permitia que o Peñarol ensaiasse algum perigo. Mas Luiz Henrique entrou no jogo, e quando veio o segundo tempo, parecia que não houvera intervalo: o atacante voltou para o campo como se dele jamais tivesse saído.

Luiz Henrique - Botafogo x Peñarol - Libertadores — Foto: André Durão

Luiz Henrique – Botafogo x Peñarol – Libertadores — Foto: André Durão

E então fez-se a mágica. Aos cinco minutos, cercado por três marcadores, ele deu um toquezinho em profundidade para Savarino (que atuação de Savarino!) abrir o placar. Aos 13, deslizou a bola na direita para Vitinho cruzar e Savarino fazer o terceiro – antes, Alexander Barboza havia marcado o segundo de cabeça. Aos 27, recebeu em profundidade, deu um toquezinho de cobertura e marcou o quarto – um golaço. Já não estava em campo quando Igor Jesus fechou uma goleada para a história: 5 a 0.

É tudo superlativo: Luiz Henrique é o melhor jogador em atuação no Brasil em 2024; e ele colocou o melhor time do país no ano na final da Libertadores; e fez isso na melhor fatia de atuação que vimos uma equipe produzir na temporada por aqui.

Há o jogo de volta, o Peñarol é um emblema da América do Sul, mas o Botafogo está na final da Libertadores. Provavelmente vai enfrentar o Atlético, que não carrega a mesma certeza por alguns motivos: porque a vantagem na ida foi menor (3 a 0), porque o River Plate é melhor do que o Peñarol e porque o próprio Atlético não é um time tão pronto quanto o Botafogo.

Se o Galo confirmar a classificação contra o River Plate, será a quarta final entre dois brasileiros nos últimos cinco anos na Libertadores. É um fenômeno condizente com a realidade financeira do nosso futebol na comparação com o restante da América do Sul – um processo acelerado nos últimos anos com a chegada das SAFs (casos de Botafogo e Atlético) e o dinheiro que jorra delas.

Savarino marca o segundo para o Botafogo contra o Peñarol — Foto: André Durão/ge

Seja quem for o adversário da final, o Botafogo é favorito. É favorito mesmo que enfrente o River Plate em sua casa, o Monumental de Núñez, palco da decisão. É favorito mesmo que o Atlético seja um adversário duríssimo, imprevisível, altamente competitivo, com jogadores decisivos no setor ofensivo. É favorito porque é o melhor time do ano no Brasil e porque tem uma sintonia decisiva entre Thiago Almada, Savarino, Igor Jesus – e sobretudo Luiz Henrique.

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