Caso Cupertino: veja imagens dos depoimentos da filha e da ex-mulher

Novas imagens mostram depoimentos de Vanessa Tibcherani e Isabela Tibcherani em julgamento de Paulo Cupertino, ocorrido na última quinta

São Paulo — Novas imagens mostram trechos dos depoimentos de Vanessa Tibcherani e Isabela Tibcherani, ex-esposa e filha de Paulo Cupertino, respectivamente, no julgamento do assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais do jovem, ocorrido no dia 10 de outubro.

isabela

Vanessa foi a primeira testemunha a depor. Ela disse que o Cupertino era misógino, agressivo e que batia nela. A ex-esposa afirmou ainda ser “muito estanho uma pessoa negar veementemente, ao ponto de falar e afirmar com tanta firmeza que não cometeu um crime”.

“Na porta da casa onde o corpo do Rafael tava, com um tiro na cabeça e vários pelo corpo, dona Mirian na calçada. Seu João rolando pela rua. Uma câmera aqui, outra aqui. Desculpa, cara, é produção de prova contra si próprio”, disse Vanessa.

Segundo ela, a misoginia de Cupertino resultou em um relacionamento tenso com a filha. Ele e Isabela nunca se deram bem. “Não tinha nenhum gesto de amor, nunca vi, entre eles.”

Vanessa reforçou que Cupertino nunca se referia a Isabela como “nossa filha” mas como “sua filha” quando falava sobre a garota. Isso, inclusive, ocorreu no dia do crime. “Ele ficou perguntando ‘cadê sua filha?’”.

Ela disse que só ouviu as vozes das vítimas, mas sem lembrar “com riqueza de detalhes” o que teriam dito. “Só ouvi gritos”, relatou. Depois, disse que saiu e avistou a mãe de Rafael agonizando e o pai do jovem “rolando no chão”.

Depoimento de Isabela

Isabela Tibcherani afirmou durante o julgamento do pai que ele era uma pessoa possessiva e que não aceitava o relacionamento da jovem com Rafael. Ela estava na garagem da casa da família quando Cupertino atirou 13 vezes contra o namorado e os pais dele.

O ator e os familiares foram até a residência de Isabela, em Pedreira, na zona sul paulistana, para falar com Cupertino sobre o namoro dos jovens, que não era aceito pelo pai da garota, então com 18 anos.

Chegando na residência, a jovem não viu o carro do pai, imaginando que ele não estava no local. Foi Cupertino, porém, quem surgiu no portão e puxou Isabela para dentro, na garagem. “Ele me jogou para dentro de casa”.

“Rafael falou ‘vamos conversar’ e segurou o portão. Meu pai disse ‘conversar nada’ e ouvi vários tiros. Me agachei, de costas para o meu pai”, afirmou Isabela ao júri, com a voz embargada, acrescentando somente ter ouvido a dinâmica do crime.

Após os tiros, ela afirmou ter saído de casa. “Me deparo com a cena de três corpos estirados, do Rafa sobre da mãe dele. Me ajoelhei no chão, alguns sons saiam da boca dele. Eu gritava em desespero ‘fica comigo’. Lembro que um vizinho colocou a mão em meu ombro e disse ‘sinto muito’. Achava que o coração dele ainda batia, mas era o meu, acelerado pela situação”.

Isabela disse que o pai chegou a mantê-la isolada em casa, sem celular, proibindo-a de falar com outras pessoas por oito meses. “Só minha melhor amiga era autorizada a ir em casa nesse tempo”.

“Desde que me conheço por gente ele é uma pessoa agressiva. Me proibia de tudo, pelo fato de eu ser mulher. Ela falava que eu só iria namorar depois dos 30 anos, se ele fosse deixar”.

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