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Chips da beleza: Anvisa proíbe venda e uso de implantes hormonais

Por Metropóles

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (18/10) uma determinação que suspende a venda, propaganda e o uso de implantes hormonais manipulados, os chamados chips da beleza.

Os implantes injetáveis de gestrinona, um derivado da testosterona, prometem ganhos de massa magra e alívio dos sintomas da menopausa para as mulheres. O uso estético dos hormônios, porém, nunca teve eficácia comprovada e está relacionado a complicações graves de saúde, como o aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC).

Complicações de saúde devido ao uso dos chips da beleza

O aumento das complicações características do uso dos chips da beleza foi um dos motivadores para a decisão da Anvisa.

“Estes implantes levaram à elevação de colesterol e triglicerídeos no sangue (dislipidemia), hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e arritmia cardíaca. Além disso, pode ocorrer crescimento excessivo de pelos em mulheres (hirsutismo), queda de cabelo (alopecia), acnes, alteração na voz (disfonia) insônia e agitação”, alerta a agência.

Com a decisão, a Anvisa abriu um canal para que pacientes que tiveram reações ao uso dos chips da beleza possam relatar o problema (as notificações podem ser feitas neste link). Farmácias que fizerem a venda de chips da beleza podem ser punidas com interdição.

Histórico de proibições

Um dos principais órgãos defensores da proibição era a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). A entidade comemorou a proibição. “Não há controle sobre o que é inserido nesses implantes e faltam pesquisas científicas de qualidade sobre seus efeitos e seus possíveis efeitos adversos”, declara a ginecologista Maria Celeste Wender, presidente da Febrasgo, em comunicado à imprensa.

Em 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já havia proibido o uso dos esteroides com fins estéticos. “O implante de gestrinona, o ‘chip da beleza’, não é uma opção terapêutica reconhecida e é condenada pelas maiores federações e associações médicas do mundo. Não há nenhum respaldo para o uso dessas substâncias com estes fins estéticos”, afirmou, na ocasião, a conselheira do CFM responsável pela medida, Annelise Meneguesso.

Em uma carta aberta publicada em dezembro do ano passado, uma série de entidades médicas já havia requisitado que a Anvisa atuasse mais de perto contra o uso dos chips da beleza. “A prescrição desses agentes está banalizada e disseminada, com divulgação livre nas redes sociais, sem o devido respaldo ético e científico da Medicina Baseada em Evidências”, alertava o documento.

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