A partida tão esperada entre Botafogo e Peñarol pela Taça Libertadores da América, que aconteceria no estádio Nilton Santos às 21h30, sofreu um atraso de 15 minutos, com início apenas às 21h45.
A confusão começou antes mesmo de a bola rolar, com torcedores das duas equipes protagonizando cenas de violência e tensão nos arredores do estádio, além de atrasos no deslocamento da delegação do time uruguaio.
A delegação do Peñarol, que chegou ao estádio Nilton Santos quase em cima da hora marcada para o jogo, enfrentou problemas com a logística e segurança, resultando no atraso. Representantes do clube uruguaio reclamaram da organização e atribuíram o contratempo à falta de planejamento adequado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, que teria dificultado o trajeto até o estádio.
Enquanto os jogadores do Peñarol ainda estavam a caminho, o ambiente do lado de fora do estádio já era de muita tensão. Torcedores do Botafogo provocavam os uruguaios com cantos e, em um momento de maior tensão, garrafas de água foram arremessadas contra os ônibus da equipe visitante. Para controlar a situação, a polícia foi acionada e utilizou gás de pimenta para dispersar o tumulto, o que acabou aumentando ainda mais o caos.
Tentativa de invasão e intervenção policial
Além dos conflitos entre torcedores do Peñarol e a polícia, um grupo de torcedores do Botafogo tentou invadir o estádio no momento em que a delegação do time passou pelos portões. A polícia, que já estava preparada para conter problemas, usou gás de pimenta mais uma vez, resultando em uma nova confusão. Uma torcedora precisou de atendimento médico após inalar o gás. Ela foi rapidamente socorrida e levada para uma ambulância, onde recebeu os primeiros cuidados.
A atmosfera de festa que envolvia a torcida do Botafogo, com sinalizadores e cânticos para receber o ônibus do time alvinegro, acabou sendo manchada pelos confrontos. Enquanto isso, jogadores e comissões técnicas das duas equipes ainda tentavam se concentrar para o duelo decisivo, que definiria o classificado para a final da Libertadores.
A fase do Botafogo e do Peñarol
Em termos de desempenho, o Botafogo, que lidera o Campeonato Brasileiro, chega à semifinal da Libertadores buscando superar suas melhores campanhas no torneio continental. O time já disputou semifinais em 1963 e 1973, mas nunca chegou à final. A equipe carioca vem de um empate dramático contra o Criciúma no Brasileirão, quando sofreu um gol nos acréscimos, mas está invicta há mais de dois meses, com 12 jogos sem derrota.
Por outro lado, o Peñarol, um dos clubes mais tradicionais do continente, tenta romper um jejum de quase 40 anos sem conquistar a Libertadores. Os pentacampeões vivem um momento de ascensão, com três vitórias consecutivas na temporada após a derrota para o Nacional no clássico uruguaio. Apesar das dificuldades recentes, os “Carboneros” têm se mostrado um time resiliente e perigoso nas competições internacionais.
Confronto violento no Rio de Janeiro
A confusão envolvendo torcedores não ficou restrita ao entorno do estádio Nilton Santos. Horas antes do jogo, um confronto violento ocorreu entre torcedores do Peñarol e a Polícia Militar na orla do Recreio, Zona Oeste do Rio. De acordo com testemunhas, o tumulto começou por volta das 12h desta quarta-feira, quando um grupo de mais de 200 torcedores uruguaios, muitos deles com o rosto coberto, atacou policiais e pessoas que estavam no local com paus, pedras e garrafas.
O confronto se intensificou, e um ônibus foi incendiado durante o tumulto. A polícia agiu rapidamente e deteve vários torcedores, que foram levados para a Cidade da Polícia para averiguações. A situação, que já era tensa, acabou gerando um clima de incerteza para a partida, com temores de que mais conflitos pudessem ocorrer no estádio.
A festa da torcida do Botafogo
Mesmo com os problemas, a torcida do Botafogo manteve o clima de apoio ao time. Com sinalizadores e cânticos, os torcedores receberam a delegação do clube de forma calorosa na chegada ao estádio. O “Rua de Fogo”, tradicional recepção com sinalizadores iluminando a chegada do time, marcou o momento, e o ônibus alvinegro foi recebido com muita festa.
A expectativa dos torcedores é que o time, comandado por Bruno Lage, consiga manter o bom desempenho da temporada e conquistar a vaga para a final da Libertadores, algo que seria histórico para o clube carioca.
Números e expectativas para o confronto
O jogo entre Botafogo e Peñarol promete ser um dos mais disputados da fase semifinal da Libertadores. Com estatísticas equilibradas, o Botafogo chega com uma média de 6,7 finalizações por jogo, enquanto o Peñarol apresenta uma média de 6 finalizações. Nos escanteios, o time uruguaio leva vantagem, com uma média de 3,7 por partida, contra 2,6 do Botafogo.
O Botafogo, que lidera o Campeonato Brasileiro e vive um bom momento, busca consolidar sua campanha vitoriosa também no cenário internacional. Já o Peñarol, mesmo enfrentando dificuldades nos últimos anos, vê na Libertadores a chance de reviver sua grandeza continental.
Expectativa de um jogo tenso
Com o clima tenso dentro e fora do estádio, o jogo promete ser de fortes emoções. O Botafogo precisa administrar a pressão de jogar em casa e controlar o ímpeto do Peñarol, que quer aproveitar o atraso e os incidentes para desestabilizar o time carioca. Ambas as equipes entram em campo focadas na vaga para a grande final.
A expectativa é de um duelo equilibrado, com as duas equipes dispostas a arriscar tudo pela classificação. A tensão que marcou o pré-jogo será levada para dentro de campo, e qualquer erro poderá ser decisivo no resultado final.
Incidentes marcam a semifinal
Os confrontos entre torcedores, tanto no entorno do estádio quanto nas horas que antecederam o jogo, mostram que a rivalidade entre Botafogo e Peñarol vai além das quatro linhas. A Polícia Militar precisou intervir em diversos momentos, e mais de 200 torcedores uruguaios foram levados para a delegacia, onde passarão por averiguações.
Apesar da confusão, a partida deve seguir sem mais problemas, com as equipes focadas no objetivo de chegar à final da Libertadores.