O furacão Milton chegou oficialmente à costa por volta de 21h40 desta quarta-feira (09/10, horário de Brasília) perto de Siesta Key, Flórida, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
“O furacão Milton, categoria três e extremamente perigoso, chega à costa”, disse a agência, alertando para o surgimento de “tempestade com risco de vida” e “inundações repentinas ocorrendo na Península Central da Flórida”.
Foram registrados ventos de até 205 km/h.
Como efeito da aproximação do furacão, 125 casas já foram destruídas e cerca de 392 mil pessoas estão sem energia elétrica.
Não há registros de mortes.
O furacão foi classificado na noite desta quarta-feira (08/10) como de categoria 3 (em uma escala de 1 a 5, em que 5 é a mais grave).
Apesar de ter sido rebaixado da categoria 5 para a 3, o furacão continua tendo potencial devastador.
De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos, os furacões de categoria 3 ou superiores são considerados furacões de alta intensidade devido ao seu potencial de causar perda de vidas e danos consideráveis.
A previsão é que o furacão chegue à costa oeste da Flórida entre a noite de quarta-feira (09) e a manhã de quinta-feira (10/10), no horário local, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
A potencial combinação de ventos poderosos, furacões, chuvas e inundações é muito preocupante.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse que o tempo para uma evacuação segura já passou.
“A tempestade já está aqui”, disse o governador.
“Você tem que se abrigar no local que está e apenas se recolher agachar”, recomendou, indicando que a população fique dentro de casa e longe das estradas.
Em Cuba, antes de ir em direção à Flórida, o furacão provocou inundações.
Mais cedo nesta quarta-feira, o presidente americano Joe Biden disse que o rebaixamento para categoria 3 não deveria aliviar a situação.
“Ainda espera-se que seja um dos furacões mais destrutivos a atingir a Flórida em mais de um século”, disse o presidente.
“Às vezes, deslocar-se apenas alguns quilômetros pode fazer a diferença entre a vida e a morte”, alertou Biden.
O NHC alertou que Milton poderia causar uma tempestade com ondas de mais de três metros em algumas áreas da costa.
Até terça-feira, agências governamentais estaduais e federais realizaram uma das maiores evacuações desde o furacão Irma, em 2017.
A partir de segunda-feira, os condados da zona de impacto potencial — como Charlotte, Citrus, Hillsborough, Lee, Manatee e Pasco – começaram a emitir ordens de evacuação obrigatória.
Popular atração na Flórida, o conjunto de parques da Disney fechou gradualmente nesta quarta-feira.
A força da tempestade se deve, em parte, aos oceanos excepcionalmente quentes sobre os quais ela tem passado.
As temperaturas da superfície do mar naquela na região estão significativamente mais altas do que o normal, algo que os cientistas dizem ter se tornado muito mais provável devido às mudanças climáticas.
Junção de tragédias
Esta nova emergência ocorre apenas dez dias depois do furacão Helene — o mais mortal nos Estados Unidos desde o Katrina em 2005 — ter atingido o sudeste dos Estados Unidos, causando a morte de pelo menos 225 pessoas.
Foi o furacão mais mortal a atingir o continente americano desde o furacão Katrina, em 2005.
Helene atingiu a costa no final de setembro como um furacão de categoria 4, danificando estruturas, causando inundações repentinas e deixando milhões de casas sem energia.
Centenas de estradas nas áreas afetadas permanecem fechadas, dificultando o envio de ajuda a comunidades na Flórida, Geórgia e Carolina do Norte.
Os aeroportos de Tampa e Orlando anunciaram que as operações estão suspensas até que a reabertura seja segura — por isso, pediram aos viajantes que reajustem seus planos esta semana.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse que estão em curso medidas para restaurar a energia e limpar estradas após a passagem do Milton.
Ele reforçou que são esperados danos graves quando Milton atingir o Estado.
DeSantis também pediu aos moradores que tenham um plano para uma situação de emergência.
Ele disse que “não está previsto nenhum cenário em que não tenhamos impactos significativos”.
Em Tampa, na terça-feira, havia longas filas em supermercados e postos de gasolina para abastecer antes da chegada do ciclone.
Outros procuravam sacos de areia para proteger as suas casas de possíveis inundações.
Rodovias na Flórida ficaram engarrafadas.
Quais foram as piores tempestades de categoria 5 dos EUA?
Um banco de dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (Noaa, na sigla me inglês) aponta que pelo menos 40 tempestades no Atlântico atingiram o status de categoria 5 desde 1924, embora apenas quatro tenham realmente chegado em terra com essa força. Aqui estão algumas das mais prejudiciais:
Furacão Camille
O furacão Camille atingiu o Estado do Mississippi em 1969, destruindo quase tudo ao longo da costa.
Ele matou 259 pessoas, a maioria delas na Virgínia, e causou cerca de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,75 bilhões) em danos.
Furacão Andrew
O furacão Andrew dizimou o sul da Flórida em 1992 com ventos de até 265 km/h e rajadas de até 280 km/h.
O furacão causou 26 mortes diretas e foi relacionado a dezenas de outras.
Depois de causar US$ 30 bilhões (R$ 166 bilhões) em danos, foi considerado o desastre natural mais caro da história dos EUA na época.
Furacão Michael
O furacão Michael atingiu a Flórida em 2018 com ventos de 257 km/h e foi a tempestade mais forte a atingir o Estado.
Pelo menos 74 mortes foram atribuídas à tempestade — 59 nos EUA e 15 na América Central.
Michael causou cerca de US$ 25,1 bilhões (R$ 138 bilhões) em danos.