O corpo de Lucas Melo da Silva, de 29 anos, foi encontrado dentro da cela na Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O caso aconteceu nessa quarta-feira (16).
O homem foi condenado pelo assassinato de duas enteadas, Ana Livia Almeida Contarini, de 10 anos, e a irmã dela, Stephany Contarini, de 5. Ele estava preso desde agosto de 2021, segundo informações da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Lucas matou as crianças com a ajuda da mãe delas, Deborah Almeida da Silva, de 33 anos, que também foi condenada e segue presa.
O corpo do homem foi encontrado com um lençol ao redor do pescoço e amarrado na janela do banheiro da cela. Em nota, a Sejusp informou que trata o caso como suicídio e afirmou que vai instaurar um procedimento interno para investigar as circunstâncias da morte.
Lucas havia sido transferido de unidade prisional no início do mês de outubro. Anteriormente, ele estava detido na Penitenciária Inspetor José Martinho Drummond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH.
Fontes suspeitam de homicídio
Fontes da Itatiaia acreditam que a morte de Lucas Melo da Silva tenha sido um homicídio. Uma fonte extra-oficial afirma que o crime teria sido encomendado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuante em Uberlândia e no Triangulo Mineiro, após membros do grupo terem descoberto o crime que ele havia cometido.
O boletim de ocorrência traz a informação de que dois detentos que não eram da cela de Lucas estavam lá no momento em que o corpo foi encontrado e teriam passado a noite no local. O cadáver foi localizado na cela 26, e tinha um preso da cela 23 e outro da cela 22, que trocaram de lugar com outros detentos para estarem lá, burlando o sistema de checagem. Esses dois homens aparecem como suspeitos no documento da polícia.
Os crimes
A primeira enteada morta foi Stephany, meses antes da irmã mais velha. O corpo da criança foi ocultado e até hoje não foi encontrado.
A família viajou para a praia poucos dias depois do crime. O casal disse para a polícia que teria cometido o homicídio como oferenda para entidades espirituais, uma vez que Deborah Almeida da Silva, a mãe das meninas, teria perdido uma gravidez.
Eles conseguiram esconder o crime do pai das crianças, porque a mãe tinha medida protetiva contra o ex-marido e dizia que a filha estava longe e não podia falar ao telefone.
Ana Livia foi morta em agosto de 2021, após ser espancada até a morte. Segundo a denúncia do Ministério Público, a criança disse estar com saudades do pai, o que despertou a ira de Lucas, que a matou com a ajuda de Deborah.