Musk e outros grandes doadores injetaram R$ 1,2 bilhão em grupos de campanha pró-Trump nos últimos três meses

Comitês conjuntos de arrecadação dos candidatos divulgaram suas listas de doadores entre julho e setembro

Grande parte das altas quantias destinadas a grupos externos para apoiar o ex-presidente Donald Trump, o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris foi revelada na terça-feira em documentos apresentados à Comissão Federal de Eleições (FEC). Os comitês conjuntos de arrecadação dos candidatos Kamala e Trump — organizações que aceitam doações de quase US$ 1 milhão – divulgaram suas listas de doadores, revelando o apoio de celebridades e bilionários, entre eles Elon Musk.

Elon Musk (dir.) sobe ao palco para se juntar a Donald Trump durante comício de campanha em Butler, na Pensilvânia

Elon Musk (dir.) sobe ao palco para se juntar a Donald Trump durante comício de campanha em Butler, na Pensilvânia — Foto: Jim WATSON / AFP

Desde que assumiu a candidatura democrata após a desistência do presidente Biden, Kamala tem feito uma intensa campanha de arrecadação e arrecadou mais de quatro vezes o valor obtido por Trump. As maiores doações foram direcionadas para super comitês de ação política (super PACs), que não têm limites de contribuição. Embora o principal super PAC de Kamala tenha divulgado seus valores mensalmente, a maioria dos grupos de Trump não o fazia desde julho.

A seguir, alguns destaques dos relatórios financeiros do terceiro trimestre:

Elon Musk, o homem mais rico do mundo e líder da Tesla e da plataforma X, investiu US$ 75 milhões de dólares no super PAC que criou este ano, o America PAC, pró-Trump. Esse total foi, na verdade, um pouco menor do que algumas pessoas próximas ao grupo achavam que ele poderia doar: eles esperavam que Musk arrecadasse US$ 100 milhões em doações de julho a setembro.

Musk, que surgiu como um confidente próximo de Trump, doou US$ 15 milhões em julho, US$ 30 milhões em agosto e mais US$ 30 milhões em setembro. O grupo não listou outros doadores. Musk também doou US$ 1 milhão para a Early Vote Action, um super PAC que realiza trabalho de participação eleitoral na Pensilvânia.

Miriam Adelson, apesar de suas relações às vezes frias com Trump, cumpriu o prometido no início das eleições gerais. Ela investiu US$ 25 milhões por mês no super PAC pró-Trump Preserve America em julho, agosto e início de setembro, e mais US$ 20 milhões no final de setembro, além de uma doação anterior de US$ 5 milhões no início do ano, totalizando US$ 100 milhões.

Adelson e seu falecido marido, o magnata dos cassinos Sheldon Adelson, sempre preferiram fazer suas próprias coisas, e a Preserve America não tem outros grandes doadores. Mesmo após a morte de seu marido, Adelson, para os republicanos que dependem de sua generosidade, é confiável.

Um apoiador de Trump que surgiu como um doador maior do que o esperado foi Dick Uihlein, CEO da empresa de transporte Uline e uma das pessoas mais ricas do Meio-Oeste. Ele destinou impressionantes US$ 49 milhões no último trimestre ao Restoration PAC, super PAC que ele comanda e que distribuiu a maior parte desse valor para grupos pró-Trump e outros republicanos, incluindo o Turnout for America.

Já o comitê de arrecadação de Kamala, Harris Victory Fund, arrecadou US$ 633 milhões entre 1º de julho e 30 de setembro — cerca de 50% a mais do que Biden arrecadou no mesmo período em 2020. Entre os doadores que contribuíram com o máximo legal permitido (US$ 929.600) ou valores próximos disso estão o importante agente de Hollywood Ari Emanuel, o bilionário de criptomoedas e capitalista de risco Tim Draper (um doador republicano de longa data) e as filantropas Melinda French Gates e Laurene Powell Jobs.

O comitê de arrecadação de alto valor mais comparável de Trump, o Trump 47, arrecadou US$ 145 milhões durante o período. Entre os doadores estavam seus apoiadores habituais e alguns nomes de destaque do mundo dos negócios. Entre aqueles que fizeram doações de seis dígitos estão Marc Andreessen, o ex-dono do Washington Commanders Dan Snyder, o promotor de lutas Dana White, o ex-secretário do Tesouro Steven Mnuchin e o bilionário de fundos Bill Ackman.

Recentemente, o comitê tem financiado eventos da campanha de Trump para reduzir os gastos da própria campanha. Os registros mostraram cerca de US$ 12 milhões em despesas que, de outra forma, teriam sido cobertas pela campanha. O comitê arrecadou cerca de US$ 25 milhões a mais do que um grupo semelhante conseguiu no mesmo trimestre de 2020.

Esses comitês de alto valor normalmente desembolsam seus ativos para os comitês principais dos próprios candidatos, junto com partidos estaduais e nacionais. Os comitês principais de campanha de Trump e Kamala, junto com seus comitês partidários aliados, não apresentarão seus relatórios de arrecadação de fundos até 20 de outubro.

PUBLICIDADE