Aquele que é o cometa mais brilhante em 100 anos a aproximar-se do planeta Terra será visível a olho nu a partir de amanhã, depois de ter passado perto do Sol sem se desintegrar.
Apelidado de “cometa do século” por astrónomos e curiosos da astronomia, o cometa C/2023 A3, corpo celeste composto de poeira e gelo, tem viajado ao longo do sistema solar, prevendo-se que chegue ao ponto mais próximo da Terra (70 milhões de quilómetros) a partir de sábado, 12 de outubro.
Detetado pela primeira vez em 2003, pelos telescópios do Observatório Tsuchinshan (China) e do projeto ATLAS, o cometa passou perto do Sol com sucesso, sem se desintegrar, no final de setembro – um fenómeno conhecido como periélio -, podendo ser visível a partir de amanhã nos países do hemisfério norte.
Com uma cauda longa e brilhante, cujo comprimento equivale ao diâmetro de 42 luas, o corpo celeste, também chamado de Tsuchinshan-ATLAS, constitui um dos espetáculos astronómicos mais notáveis dos últimos tempos, devido à sua alta luminosidade, aponta o “El País”. Ouvido pelo jornal espanhol, o astrónomo do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias (IAC), Javier Licandro, assegura que, neste momento, o cometa “é muito mais brilhante do que Mercúrio”, que se encontra a 77 milhões de quilómetros da Terra.
Mais brilhante depois de passar pelo sol
“As imagens do satélite SOHO [Observatório Solar e Heliosférico, em português] mostram-nos que será um fenómeno verdadeiramente espetacular. Comparada à estrela Vega, que tem magnitude zero, Tsuchinshan terá luminosidade negativa, o que significa que pode tornar-se muito brilhante”, explica o especialista, acrescentando que, regra geral, os cometas tendem a ser mais ativos depois de passarem perto do Sol, num processo que é chamado de inércia térmica. É mais ou menos o que acontece com o mar, que aquece quando a temperatura aumenta.
Ao atingir a sua proximidade máxima da Terra, o cometa estará a quase metade da distância entre o nosso planeta e o Sol. “É muito provável que o cometa esteja mais ativo agora do que quando era visível. no hemisfério sul”, prevê Licandro.