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Com Ciro ‘convidado a se retirar’ e possível federação com o PSB, como fica o PDT no Acre?

Por Matheus Mello, ContilNet

A CNN revelou nesta semana que o principal nome do PDT no cenário nacional, Ciro Gomes, deverá ser ‘convidado a se retirar do partido’ após a aproximação cada vez mais forte da sigla com o PT e o governo Lula. Em 2022, por exemplo, Ciro se recusou a apoiar a candidatura do presidente Lula, mesmo o PDT anunciando apoio a candidatura do presidente. Além disso, nas eleições municipais deste ano, no Ceará, principal reduto de Ciro Gomes, o PDT ficou dividido mais uma vez. A briga chegou a rachar a relação dele com o irmão, o senador Cid Gomes. Enquanto Cid caiu de cabeça na campanha e decidiu apoiar a candidatura de Evandro Leitão, do PT, em Fortaleza, o irmão, Ciro, se negou a subir no palanque do petista. Apoiadores dele, inclusive, declararam apoio a André Fernandes, do PL – partido do ex-presidente Bolsonaro -, que disputa o 2º turno na capital.

Sede do PDT, em Rio Branco/Foto: ContilNet

Não é só em Fortaleza

Ver membros do PDT, um partido de esquerda, apoiando uma candidatura bolsonarista não é cenário só em Fortaleza. Em Rio Branco, no Acre, o partido não montou chapa de vereadores na capital, mas estava no palanque do prefeito Tião Bocalom, do PL, reeleito em 1º turno neste ano.

Além disso, o partido é um dos principais aliados do governador Gladson Cameli, do Progressistas – um partido declaradamente de direita.

Federação com o partido do vice-presidente

A Executiva Nacional do PDT quer se manter na coligação do presidente Lula em 2026. Isso já é uma determinação entre parte significativa dos membros do partido. A sigla, inclusive, sonda uma federação partidária com o PSB, partido do atual vice-presidente Geraldo Alkimin.

Se a união dos partidos realmente se concretizar, será sacramentada de vez a união do PDT com o PT, partido que havia feito oposição nos últimos anos, principalmente em razão das declarações de Ciro Gomes.

E o Acre?

A possível federação entre PDT e PSB vai embaralhar a política do Acre. Acontece que os dois partidos estão em cenários completamente diferentes no estado.

Enquanto o PDT – com três deputados estaduais na Aleac e um prefeito eleito -, vive estável na base governista no estado, o PSB segue perdido, sem apoio e expressão política.

O PDT é chefiado pelo deputado estadual licenciado e atual secretário de Agricultura, Luis Tchê, um dos principais defensores de Gladson Cameli. É o único partido de esquerda no núcleo de apoio do Governo.

Já o PSB, tem como principal nome o ex-deputado Jenilson Leite, que chegou a ser candidato a prefeito de Rio Branco nas eleições deste ano. Foi o menos votado.

A questão é: como ficará a situação dos dois partidos no Acre em 2026 com a possível federação? Vale lembrar que tanto o PDT, quanto o PSB são partidos que compõe a base de Lula na Câmara Federal e no Senado. No entanto, no Acre, nenhum dos dois são aliados do PT acreano.

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