Pimenta: sem conseguir eleger um vereador em Rio Branco, Petecão é o ‘maior derrotado’ nas eleições deste ano

Nos municípios do interior, Petecão conseguiu manter a mesma margem, comparado com as eleições de 2020: elegeu apenas 1 prefeito

Enquanto o governador Gladson Cameli se consagrou como o maior vencedor das eleições municipais deste ano, o senador Sérgio Petecão pode ser incluído na lista oposta. Vai terminar como o principal derrotado no pleito. Pela primeira vez, o partido comandado por ele, o PSD, não conseguiu sequer um vereador na Câmara Municipal de Rio Branco. Para se ter uma ideia, chapa do partido teve menos de 2500 votos e tirou menos votos do que partidos ‘nanicos’ como o PV, PRD e NOVO. O candidato que ganhou mais votos dentro do PSD foi Jefrson Mendonça, com um pouco mais de 700 votos.

Senador Sérgio Petecão/Foto: Juan Diaz/ContilNet

No interior …

Nos municípios do interior, Petecão conseguiu manter a mesma margem, comparado com as eleições de 2020: elegeu apenas 1 prefeito. Desta vez, em Rodrigues Alves, onde Salatiel Magalhães derrotou dois ex-prefeitos e conseguiu se eleger.

Petecão poderia ter melhorado a sua marca se tivesse um poder de construção política melhor. Ele conseguiu perder o único prefeito eleito que tinha no Acre, Camilo Silva, reeleito neste ano em Plácido de Castro.

O prefeito havia sido eleito em 2020 pelo PSD de Petecão. Após desentendimentos com o partido, deixou o grupo e foi resgatado pelo governador Gladson Cameli, que agiu rápido e ‘roubou’ Camilo de Petecão. Resultado: foi reeleito pelo Progressistas com mais de 60% dos votos, dando uma derrota gigantesca ao candidato de Petecão, Tavares, do PSD.

Não pegou bem

Eleger apenas um prefeito no Acre não pegou bem na Executiva Nacional do partido. O PSD foi a sigla que mais conseguiu eleger prefeitos no país em 2024. Foram 878. Número que fez com que o PSD ficasse à frente de partidos gigantes como o MDB (que elegeu 847 prefeitos) e o Progressistas (743).

Ter números tão bons no restante do país e apenas 1 eleito no Acre fez com que a Executiva Nacional questionasse a liderança de Petecão no estado.

Vexame também na Câmara

Petecão também não conseguiu bons números nas Câmaras Municipais. Elegeu apenas 25 vereadores.

Problema à vista!

O PSD de Petecão tem dois deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Acre. Mas que podem estar a um pé de sair do partido. Pablo Bregense e Eduardo Ribeiro – atual vice-líder de Gladson na Casa -, já indicaram que não estão satisfeitos com as decisões conduzidas pelo senador. Caso deixem o partido, será mais uma derrota para Petecão.

Reeleição difícil

Com todas essas baixas, Petecão caminha para enfrentar uma reeleição difícil em 2026. Principalmente porque as duas vagas serão extremamente disputadas, com Gladson praticamente garantido em uma, Bittar e Jorge concorrendo pela segunda.

Não é carta fora do baralho

Contudo, Petecão já mostrou que sabe se reinventar politicamente. Em 2018, quando foi eleito senador com uma votação extraordinária, poucos acreditavam na sua vitória. Ele não é carta fora do baralho e tem dois anos para virar a chave.

Petecão vai tentar se apegar na aliança política feita em 2024, que reuniu 8 partidos, incluindo o MDB e o PT. Terá como base de sustentação o governo federal, com seus centenas de cargos no Acre para poder mudar o cenário caótico das eleições deste ano.

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