Queda de rendimento no segundo tempo é decisiva para derrota do Flamengo no clássico; entenda

Equipe de Filipe Luís teve uma queda brusca de rendimento na volta do intervalo e, contra o Fluminense, sofreu o primeiro revés com o novo treinador

O Flamengo sofreu seu primeiro revés sob comando de Filipe Luís, na última quinta-feira. A derrota para o Fluminense por 2 a 0, no Maracanã freou a empolgação dos torcedores com seu novo treinador, além de ter praticamente tirado o clube da briga por um improvável título do Campeonato Brasileiro. Em campo, o rubro-negro teve desempenho distinto nos dois tempos. Depois de uma boa primeira metade, viu o plano de jogo cair por terra em 15 minutos.

Jogadores do Flamengo cabisbaixos com o segundo gol do Fluminense

Jogadores do Flamengo cabisbaixos com o segundo gol do Fluminense — Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

Diante das declarações do técnico e das duas partidas em que ele esteve à beira do campo, já era de se esperar que o Flamengo iria se portar de uma maneira bastante ofensiva no clássico. A etapa inicial foi só uma confirmação disso. A marcação da saída tricolor era intensa e, com as linhas altas, a equipe de Filipe Luís apostava no ganho dos duelos aéreos, consequência dos chutões do adversário, para ficar com a segunda bola. Os números indicam que a estratégia deu certo: ganhou dez das 13 disputas pelo alto e teve uma taxa de ocupação do seu campo de ataque de 80%.

Com 27 roubadas de bola, o rubro-negro conseguia neutralizar o Fluminense e já iniciar a construção das jogadas na parte ofensiva. As oportunidades até apareceram, mas foram todas desperdiçadas com um erro na última tomada de decisão, e na imprecisão das finalizações. No total, foram 11 do Flamengo. Apenas quatro no gol, além do chute de Bruno Henrique na trave.

Apesar do domínio na primeira metade do duelo, a única grande chance foi do adversário. A equipe de Mano Menezes teve um pênalti a seu favor, já nos momentos finais. Ganso foi para a bola e teve a cobrança defendida por Rossi. Esta, foi a primeira e única finalização do Fluminense no gol do adversário.

Na volta do intervalo, o tricolor veio com uma mexida que mudaria o roteiro da partida. Mano Menezes colocou Árias no lugar de Marquinhos. Jogando pela direita, o colombiano teve papel decisivo na vitória de sua equipe. O Flamengo teve uma queda brusca de rendimento no segundo tempo. No entanto, ela não foi bem representada nas estatísticas.

Mesmo não tendo nenhuma chance clara de gol, o rubro-negro aumentou a posse de bola para 65%, finalizou oito vezes, além de ter seguido muito superior nos duelos aéreos — ganhou 10 de 11. Em campo, a impressão que deu foi do tricolor ter controlado bem a vantagem no placar. Sua grande valência nos 45 minutos finais ficou pela eficiência: marcou nas duas únicas grandes oportunidades que teve.

Para o comentarista do Sportv, Rodrigo Coutinho, a queda do nível de atuação do Flamengo, na segunda etapa, não ocorreu apenas por responsabilidade própria. A entrada de Árias fez com que o Fluminense tivesse mais coragem em campo, de tentar se portar de igual para igual. Referência técnica do time, o colombiano entrou pelo lado direito, esquerdo do rubro-negro, onde Ayrton Lucas e Léo Pereira já tinham dificuldades com as infiltrações do ponta, desde o primeiro tempo.

A nível tático, Coutinho explicou que para o esquema adotado por Filipe Luís dar certo é necessário muito entrosamento, algo que faltou à equipe na etapa final, diante das muitas mexidas, principalmente no meio de campo — todo reserva. A subida de marcação com as linhas próximas se desencaixou, o que facilitou muito a vida do adversário. O comentarista afirma que a defesa do Flamengo teve atuação determinante para a derrota.

— A última linha do Flamengo, principalmente, foi muito descoordenada. Na hora de correr pra trás, não corria junto e não lia bem a questão, de quando o adversário tinha uma bola descoberta, que é quando o jogador vai dar o passe e não tem ninguém à frente dele, imediatamente. Muitas vezes essa última linha não corria pra trás nesse momento. Quando o Flamengo subia o bloco de marcação os setores não estavam tão coordenados assim — explicou Rodrigo.

Com a derrota para o Fluminense, o rubro-negro praticamente se despediu do sonho de conquistar o Brasileiro, restando apenas a Copa do Brasil para não terminar mais uma temporada sem títulos de expressão. O Flamengo enfrenta o Corinthians, no domingo, às 16h, na Neo Química Arena, pelo jogo de volta da semifinal. Com um gol de vantagem no placar agregado, Filipe Luís terá dois dias para consertar o que não deu certo no clássico.

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