O comentado retorno do Victoria’s Secret Fashion Show finalmente ocorreu, nessa terça-feira (15/10), em Nova York, nos Estados Unidos, após um hiato de seis anos. O desfile era aguardado com expectativa por parte do público e da mídia especializada. A marca de lingerie tinha a difícil tarefa de retornar o interesse pela apresentação que, vale destacar, foi lembrada por polêmicas e controvérsias nos últimos anos.
Para 2024, o foco da empresa era proporcionar mais diversidade no estrelado casting. Por isso, foram convocados nomes como Valentina Sampaio, Ashley Graham e Carla Bruni, que representaram uma “pluralidade” não vista em outras edições. Contudo, a etiqueta ainda demonstra uma falta de conexão com a atualidade na tentativa de surfar na nostalgia dos anos 2000.
Vem conferir!
Victoria’s Secret
A modelo Gigi Hadid foi a responsável por abrir a passarela do Victoria’s Secret Fashion 2024. Acompanhada da cantora Lisa, do grupo Blackpink, a estrela surgiu com as famosas asas da marca para dar início ao show. Dividido em atos, o desfile trouxe o aspecto glamoroso, porém com menos brilho de anos anteriores.
A marca de lingerie entregou um show com Angels consagradas, como Candice Swanepoel e Tyra Banks. Além disso, brasileiras icônicas associadas à época de ouro da Victoria’s Secret retornaram. Alessandra Ambrósio, Adriana Lima e Isabeli Fontana mostraram os famosos catwalkings, porém, foram quase “apagadas” durante apresentação.
A parte musical teve como atrações apenas artistas mulheres. Além de Lisa, o desfile contou com apresentações de Tyla. O destaque, porém, foi a performance de Cher. Considerada um dos maiores ícones fashion, a diva cantou sucessos da carreira, como Believe e After All.
Retorno sem diversidade
Um dos principais propósitos do retorno do Victoria’s Secret Fashion Show 2024 era alterar a imagem desgastada da marca de lingerie nos últimos anos. Para “limpar a barra”, a empresa convidou mulheres trans, destaque para a brasileira Valentina Sampaio, modelos plus e mid size e veteranas, como Carla Bruni e Kate Moss.
Contudo, não faltaram comentários nas redes sociais dos que não acreditaram nessa “imagem” mais diversa da etiqueta. A falsa sensação de pluralidade foi marcada com mensagens como: “Corpos maiores e velhos, cobertos; enquanto os padrões, expostos”.
Aiyana Ishmael, editora adjunta da Teen Vogue, escreveu que o culto à magreza voltou aos holofotes. “Ao ver modelo magra após modelo magra na passarela, fui catapultada de volta para a sala de estar da minha infância, vendo mulheres que não se pareciam comigo estabelecerem um padrão de beleza que a maioria das mulheres nunca vai alcançar.”
Extensa lista de polêmicas
Entre a extensa lista de controvérsias, um ex-executivo da grife fez comentários negativos a modelos trans. Um documentário também revelou ligações da etiqueta com o financista Jeffrey Epstein, acusado de abuso sexual e tráfico de menores.
Críticos também questionavam a relevância e audiência, que despencava a cada ano, do Victoria’s Secret Fashion Show. Nas redes sociais, o comentário principal era relacionado à falta de representatividade de corpos, de tamanhos e de gêneros no desfile.
Apesar da tentativa, o Victoria’s Secret Fashion Show 2024 demonstra ainda estar datado. Durante décadas, o evento foi um fenômeno pop — mas com o passar do tempo, a proposta perdeu a conexão com a realidade atual.