A vitória de Ricardo Nunes à prefeitura de São Paulo interrompeu um ciclo histórico de eleger um candidato da esquerda a cada 12 anos para a prefeitura de São Paulo. Desde 1988, historicamente, havia uma oscilação natural do eleitorado de São Paulo, que alternava entre ciclos de alinhamento com políticas de inclusão social e a busca por gestões mais conservadoras.
De 1985 a1988, o prefeito foi Jânio Quadros (PTB), de centro-direita. De 1989 a 1992, foi eleita Luiza Erundina (PT), de esquerda. De 1993 a 1996, foi eleito Paulo Maluf (PPR, atual PP), de direita. De 1997 a 2000, foi a vez de Celso Pitta (PPB, atual PP), de direita.
Ricardo Nunes em discurso da vitória após a reeleição para a prefeitura de São Paulo — Foto: Edilson Dantas/O Globo
Já de 2001 a 2004 foi a vez que Marta Suplicy (PT), de esquerda. Para 2005-2012, José Serra (PSDB) foi eleito prefeito e depois renunciou, deixando Gilberto Kassab (PSD), sendo ambos do centro-direita. De 2013 a 2016, foi a vez de Fernando Haddad (PT), de esquerda.
Depois recomeçaria um novo ciclo com a eleição de João Doria e Bruno Covas (ambos PSDB) e de centro/direita. Doria foi eleito, mas renunciou em 2018 para disputar o governo do estado e Covas completou o mandato. Covas então se reelege em 2021, mas morre e Ricardo Nunes herda o mandato. Agora, Nunes quebra o fenômeno cíclico derrotando Guilherme Boulos (PSol).