As Forças Armadas passam por um novo episódio de desgaste, com a prisão de quatro militares e o indiciamento de 25 integrantes, por envolvimento na tentativa de um golpe de Estado. A cúpula, no entanto, traçou uma estratégia para tentar blindar a instituição. A ideia é “distinguir o CPF do CNPJ”, ou seja, delimitar uma distância entre os militares envolvidos no golpe e as Forças Armadas em si.
O foco é reforçar o argumento de que uma minoria se envolveu no plano de golpe e também na orquestração de um projeto para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A ideia é enfatizar os trabalhos que as Forças realizam no país, que vão desde a repatriação de cidadãos em meio a conflitos internacionais à atuação em tragédias, como as enchentes no Rio Grande do Sul.
O nome apontado como a maior decepção por integrantes das Forças é o general da reserva Walter Braga Netto, colocado pela Polícia Federal como o principal artífice do golpe de Estado. Para integrantes da cúpula militar, ele exemplifica como Jair Bolsonaro “cooptou” parte da caserna com seu discurso “messiânico”.
Como informou a coluna, a avaliação entre militares de alta patente é que houve um “estrago terrível” para a imagem das Forças com a revelação de que militares orquestraram um plano para assassinar as maiores autoridades da República.