Ariana Cavalieri, irmã de Marlos Andrews, que morreu afogado em uma praia de Fortaleza durante a lua de mel, conta que o músico estava visitando a cidade pela primeira vez.
“Sempre gostou de sol e mar, o que fica bem difícil de curtir aqui em Curitiba. Geralmente, quando viajava, preferia ir para o Rio de Janeiro. Aproveitava e revia alguns parentes nossos, mas, dessa vez, escolheu o Nordeste. Estava curtindo bastante… Fez vôo de ultraleve, skibunda… Amava o mar”, conta.
O afogamento foi na Praia do Futuro, na terça-feira (19), um dia antes de o casal voltar para a capital paranaense.
No dia, conforme a irmã, a esposa de Marlos pediu para que eles ficassem descansando no hotel. No entanto, o rapaz insistiu para que eles visitassem a praia, considerada uma das mais conhecidas do Nordeste.
Cuidado com a família
Marlos era o filho do meio entre três irmãos. Ariana destaca o cuidado que o músico tinha com os amigos e familiares.
“Marlos é um cara muito alegre! Amável com todos, respeitoso, bastante ligado à questão social, empático, instrumentista autodidata, zeloso dos pais principalmente com minha mãe que faz hemodiálise. Ele quem acompanha ela nas consultas… Cobra remédio, alimentação. Cobrava. Me desculpa… Está difícil assimilar”, lembra.
O rapaz era guitarrista e fazia parte de duas bandas, uma de punk rock e outra de reggae, groove e ska. Esse cuidado também é destacado por colegas das bandas que Marlove, como era chamado pelos amigos.
“Você tinha um coração tão grande que carregava amor no seu próprio nome. E é assim que sempre lembraremos de você. […] Obrigado por tudo que você sempre fez por nós, por todos os shows, por cada momento, cada risada compartilhada, e até pelos perrengues que passamos juntos. Você jamais será esquecido, irmão. Levaremos você sempre em nossos corações”, diz uma das homenagens.
Para a irmã, a lembrança que fica é o amor que o músico mantinha pelas atividades que fazia e pessoas que o cercavam.
“A alegria dele, a musicalidade, o amor pela esposa e pela família, pelos amigos…”, descreve.
Notícia foi recebida por telefone
De acordo com Ariana, no dia do afogamento ela recebeu uma ligação via WhatsApp por meio do telefone da cunhada. No entanto, ao atender, a voz era de outra pessoa, o que a levou pensar que se tratava de um golpe.
“A pessoa apenas me passou informação de que meu irmão foi vítima de afogamento e estavam prestando socorro a ele, que estavam esperando a UTI móvel. Liguei para o hotel deles para confirmar se eles estavam lá. A atendente confirmou a hospedagem e ligou no quarto, mas ninguém atendeu”, conta.
Momentos depois, Ariana recebeu outra ligação com a notícia do falecimento.
“A pessoa lamentou, dizendo que ele tinha falecido, e passou o telefone pra bombeira, que me confirmou”, lembra.
O corpo de Marlos foi liberado para familiares no Instituto Médico Legal (IML) de Fortaleza nesta quinta-feira (21). Ele deve chegar a Curitiba na sexta-feira (22) e o velório será no sábado (23).
Afogamento
Conforme relato dos bombeiros, os guarda-vidas visualizaram uma movimentação de pessoas na água, próximo ao posto, por volta das 16h daquele dia.
Ao se aproximarem, os agentes se depararam com a vítima desacordada, sendo trazida por populares.
Em seguida, os guarda-vidas conduziram o homem à faixa de areia, onde foi constatado que ele estava em grau grave de afogamento e em parada cardiopulmonar.
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi acionada para a ocorrência, mas Marlos não sobreviveu.
Com a morte de Marlos, subiu para quatro o número de pessoas mortas por afogamento em praias do Ceará entre sexta (15) e terça-feira (19).