Aos 16 anos, acreana é aprovada em Medicina na Bahia e vai fazer o curso após decisão da justiça

Embora estivesse cursando o 2º ano do ensino médio, ela obteve o aval da Justiça baiana depois de ser submetida a uma bateria de provas de 30 questões cada uma

A adolescente Melissa Ribeiro Saab, de apenas 16 anos, nascida em Rio Branco, é mais nova acadêmica de medicina de uma faculdade do interior da Bahia. No início deste mês de novembro, a garota foi aprovada no vestibular do Centro Universitário de Ciências e Empreendedorismo, do município de Santo Antônio de Jesus (BA).

Ela foi aprovada no Centro Universitário de Ciências e Empreendedorismo, do município de Santo Antônio de Jesus (BA)/Foto: Cedida

A acreaninha, embora já estivesse cursando o 2º ano do ensino médio, obteve o aval da Justiça baiana para prosseguir com os estudos superiores, depois de ser submetida a uma bateria de provas de 30 questões cada uma – além de uma redação –, comprovando estar apta a cursar a faculdade.

Melissa e o irmão Igor foram com os pais, que também são acreanos, e médicos, morar no interior baiano. Lá, a menina demonstrou, desde os primeiros anos, ser uma fera nos estudos.

Conta a mãe Luciana Ribeiro que “a disciplina em completar as tarefas e a concentração nas atividades, tanto em casa, quanto na sala de aula, contribuíram para que a Mel – como ela é chamada carinhosamente pela família –, obtivesse êxito”.

A garota diz que estudar não tem segredo. “É só manter o foco. É preciso levar a sério os estudos e ter atenção para aprender todos os conteúdos. Brincar fica para depois”, afirma.

A estudante ao lado dos pais/Foto: Cedida

Mas se há quem pense que ela é do tipo que só vive para os livros, está enganado. Melissa adora curtir uma praia no feriado, sobretudo, quando a mãe Luciana e o pai Rubens Saab Júnior, não estão de plantão em algum hospital das cidades da região.

O processo judicial

E para quem pensa em seguir os passos da Melissa, ContilNet explica como isso é possível. Antes de tudo, dedicação aos estudos é fundamental para passar no vestibular da faculdade.

Vencida essa etapa, caso o estudante seja menor de idade e não tenha concluído as séries do ensino médio – o que é o caso da Melissa –, os pais devem entrar com um pedido de liminar, por meio de um advogado constituído pela família, para que o estado conceda o direito a fazer as provas semelhantes a um supletivo para pessoas adultas, cujas idades já avançaram para além do tempo obrigatório na escola normal.

“No nosso caso, um desembargador do Tribunal de Justiça aqui da Bahia, concedeu o direito à Mel de ser submetida a um colegiado chamado de Comissão Própria de Avaliação, a CPA”, explica o pai, Rubens Saab Jr.

A redação e as cinco provas com 30 questões cada uma, abordando os conteúdos do 1º, 2º e 3º anos do ensino médio, então são aplicadas em dias previamente marcados, sendo um exame por turno. Elas vão atestar a competência do estudante para deixar o ensino médio e ingressar direto no ensino superior.

E para a surpresa dos próprios avaliadores e dos técnicos da Justiça da Bahia, os acertos da menina acreana foram muito acima da média. Comprovada a aptidão, os pais de Melissa a matricularam na instituição de ensino superior, que é mantida pelo Centro de Estudos Superiores do município de Santo Antônio de Jesus. “Estou muito feliz de poder concretizar o sonho de fazer medicina, e agora, num tempo bem menor”, comemora a garota, para a alegria também dos pais, primos, tios e avós.

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