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Bolsonaristas do Acre mantêm silêncio sobre indiciamento do ex-presidente e o impacto disso em 2026

Por Matheus Mello, ContilNet

O cerco está cada vez mais se fechando para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta semana, o depoimento do seu ajudante de ordens, Mauro Cid, fez com que a Polícia Federal lhe indiciasse acusado de tentar aplicar um golpe de estado após a vitória do presidente Lula em 2022. Bolsonaro, seu ministro da Casa Civil – Braga Neto e outros 35 foram indiciados.

Bolsonaro durante agenda em Senador Guiomard, interior do Acre, em 2024/Foto: Juan Diaz/ContilNet

A notícia virou pauta nas redes sociais durante o dia todo e fez com que muitos políticos e personalidades conhecidas fossem a público comemorar a decisão da PF ou defender o ex-presidente.

No Acre, apenas o senador Marcio Bittar, fiel escudeiro e defensor de Bolsonaro, se posicionou sobre o caso. Nas redes sociais ele publicou uma foto do ex-presidente e escreveu: “Capitão, estamos com você”.

O vereador João Marcos Luz também foi para as redes sociais defender Bolsonaro. Ele pediu a anistia ao ex-presidente. “Vista essa camisa”.

Bocalom mantém cautela

O prefeito Tião Bocalom construiu toda a campanha de reeleição deste ano com base no apoio do ex-presidente Bolsonaro, que inclusive, ao lado da ex-primeira-dama Michelle, vieram a Rio Branco para filiar ao prefeito ao PL.

Filiação de Bocalom no PL com a presença de Bolsonaro/Foto: Juan Diaz/ContilNet

Apesar de toda essa amizade estreita, Bocalom preferiu manter cautela em relação ao indiciamento de Bolsonaro e decidiu não se posicionar.

Vale lembrar que o atual presidente do PL – partido de Bocalom e Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, também foi indiciado pela Polícia Federal.

Stand-by

O senador Alan Rick, outro declaradamente bolsonarista, também preferiu manter o silêncio sobre o indiciamento do ex-presidente.

Sendo um possível candidato ao Governo em 2026, ele mostrou que esse pode ser um caminho adotado para a próxima campanha. Poderá não tomar um lado específico, manter o equilíbrio e não se assumir o lugar de um defensor de Bolsonaro – papel tomado por Bocalom nas eleições deste ano, por exemplo -.

Alan sabe que o ex-presidente foi realmente preso, como estão prevendo alguns políticos, apoiar abertamente Bolsonaro em 2026 pode mais atrapalhar do que ajudar.

E o discurso?

Se Bolsonaro for preso nos próximos mesmo, como manda o rito de um indiciamento, o discurso da direita de ‘bandido bom é bandido morto’, continuará de pé? Fica o questionamento a alguns defensores do ex-presidente.

Um partido muito grande

Outra questão é como ficará o PL em 2026. O partido hoje tem uma das maiores bases no Congresso Nacional. Com o presidente nacional da sigla também correndo risco de parar de trás das grades, o partido corre o risco de sofrer uma derrocada nas próximas eleições, assim como sofreu o PT após a queda da ex-presidente Dilma Rousseff e da prisão do presidente Lula.

No Acre, o PL tem como maior liderança o prefeito Tião Bocalom e é comandado pelo senador Marcio Bittar.

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