Desde a morte de Flaviano Melo, que presidiu o MDB no Acre por décadas, o partido enfrenta turbulências internas, com divergências que já vieram a público. De um lado, o vice-presidente e ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, reivindica a liderança. Do outro, o deputado estadual Tanízio Sá, também integrante da Executiva estadual, contesta essa possibilidade.
Enquanto uma ala defende a legitimidade de Vagner para assumir o comando, o grupo de Tanízio argumenta que, por estar inelegível, o “Leão do Juruá” não poderia ocupar o cargo.
Na manhã desta quarta-feira (27), o vereador eleito pelo MDB, Eber Machado, utilizou suas redes sociais para manifestar sua posição. Em um desabafo contundente, ele declarou:
“Esse não é o MDB que eu escolhi, não é o MDB que recebi o convite do Marcus Alexandre. Esse não é o MDB que é o berço da minha família. O que estão fazendo com o Vagner é uma falta de respeito muito grande.”
Eber deixou clara sua defesa de uma renovação no partido, apoiando que Vagner Sales assuma a presidência interina até as eleições internas, previstas para agosto de 2025.
Procurado pela coluna, o vereador reafirmou sua posição:
“Eu acredito que o MDB é maior do que tudo isso que está acontecendo agora. As regras precisam ser seguidas. No ano que vem, teremos eleição partidária. Quem estiver apto, que se candidate. Mas, neste momento, o vice-presidente deve assumir até a próxima eleição. Não dá para admitir agressões pessoais contra quem tem uma história de 40 anos no partido.”
Eber também ressaltou o impacto da perda de Flaviano Melo no momento delicado que a sigla atravessa:
“O nosso saudoso presidente já estava preparando uma transição, disse que ficaria no cargo apenas até outubro de 2025. Mesmo assim, não estão respeitando nem o luto. Precisamos colocar o MDB acima das vontades individuais e respeitar a vontade da maioria.”
A crise interna no MDB não apenas revela as dificuldades na sucessão de uma liderança histórica, mas também coloca em evidência as divisões internas que podem moldar o futuro do partido. A eleição partidária de 2025 será decisiva para definir os rumos da legenda no Acre.
A coluna também conversou com uma liderança do glorioso que comentou sobre a disputa pelo comando do MDB, que fez duras críticas ao grupo liderado pelo deputado Tanízio Sá:
“Isso é coisa do grupo do deputado Tanízio e dele mesmo, que quer entregar o MDB ao Gladson. Essa é uma missão dada a Tanízio: levar o partido para a base do governo. Ele tem muitos cargos no governo e quer manter esses privilégios.”
ESPERAR 2025
Para ele, Vagner Sales é o presidente natural, eleito junto com Flaviano Melo, e deve permanecer à frente do MDB até as próximas eleições internas, previstas para 2025:
“Na verdade, nem existe briga. O que há é o Tanízio tentando tomar um poder que já pertence ao Vagner. Ele vai ter que esperar a eleição partidária no ano que vem. Se conseguir os votos necessários para se eleger presidente, aí sim será legítimo. Até lá, a presidência é de Vagner.”
DÍVIDAS POLÍTICAS
A liderança também rebateu o argumento de Tanízio de que Vagner Sales, por estar inelegível, não pode ordenar despesas no partido:
“Esse argumento não faz sentido. Existe uma tesouraria no partido que é responsável por isso. O problema do Tanízio é outro: ele tem uma dívida política com o governo, por conta dos cargos que ocupa, e quer colocar o MDB na base para garantir que continue tendo influência no governo.”
JÉSSICA NA DISPUTA PELO COMANDO
Já pensando nas eleições internas, a fonte confirmou que a ex-deputada federal Jéssica Sales pretende colocar seu nome à disposição para disputar a presidência do partido. A entrada de Jéssica na corrida promete trazer um novo capítulo para a renovação tão aclamada do partido no Acre.
HOMENAGEM
Na sessão desta quarta-feira (27), a vereadora Elzinha Mendonça (PP) apresentou um projeto de lei para que o viaduto em construção na rotatória da AABB, em Rio Branco, receba o nome do ex-governador Flaviano Melo, falecido na última semana.
MAIS ESCÂNDALOS
Na manhã desta quarta-feira (27), mais um episódio da conturbada relação entre a deputada federal Antônia Lúcia (REP) e seu esposo, o também político Silas Câmara (REP), veio à tona nas redes sociais. A parlamentar publicou uma foto do perfil de Silas com uma legenda explosiva, acusando-o de traição e afirmando que ele teria abandonado a família por “cachaça e mulher”. A situação gerou repercussão imediata, mas não seria surpresa se, em breve, a deputada alegasse ter sido hackeada, como já ocorreu em polêmicas anteriores.