A vitória de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, consolidada nesta quarta-feira (6), terá como um de seus efeitos práticos no Brasil o impulsionamento da campanha para que o ex-presidente Jair Bolsonaro possa recuperar seus direitos políticos e se candidatar já nas eleições de 2026. A conquista do Republicano foi a derrota no Brasil do PT (Partido dos Trabalhadores), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de todos os seus aliados – na mesma medida que representa também a vitória de Bolsonaro e parceiros.
A opinião foi manifestada pelo senador Márcio Bittar (UB-AC), ao Contilnet, assim que o resultado da eleição nos EUA foi anunciado, com a derrota da candidata dos Democratas Kamala Harris. Que afirmou que além de uma vitória de Jair, a eleição de Trump também representa êxito para a Amazônia e suas populações.
“A Amazônia e seus povos voltam a ter um aliado, porque os EUA terão um presidente lúcido que não vai ajudar no derrame de dinheiro para as ONGs dos países ricos continuarem atuando para impedir o desenvolvimento da Amazônia”, disse Bittar.
“Um exemplo de que essas ONGs estão a serviço dos países desenvolvidos pôde ser constatado com a guerra da Rússia e a Ucrânia. Quando a indústria alemã não pôde mais comprar gás por conta da guerra, passou a queimar carvão vegetal. E nenhuma dessas ONGs não disse nada sobre o assunto”, continuou.
Outro destaque dado por ele em matéria de poluição e silêncio das ONGs é a China, “país que, sozinho, emite 1/3 de todo o CO2 jogado atmosfera da Terra e ninguém diz nada sobre isso, nem mesmo a Marina Silva”. Marina Silva é a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, e apoiada por ONGs ao redor do mundo.
“É neste sentido que a eleição de Trump nos EUA terá um efeito prático para o Brasil. No campo político, essa eleição vai se refletir na luta de Bolsonaro para reaver seus direitos políticos e poder, de novo, ser votado”, apontou.
Os efeitos práticos da eleição americana no Brasil começarão a ser sentidos em janeiro de 2025, às vésperas de Trump tomar posse para seu segundo mandato – ele foi eleito para o primeiro mandato em 2016, em 2020 perdeu a reeleição para Joe Bidem e voltou a ganhar agora sobre Kamala Harris.
Nos Estados Unidos, após o presidente cumprir dois mandatos, seguidos ou não, ele não pode mais exercer nenhum tipo de cargo público e passa a ser sustentado, com segurança e todas as demais garantias do poder, pelo Tesouro Americano
Para Márcio Bittar, como deverá ser convidado de honra para a posse de Trump, em 20 de janeiro de 2025, Bolsonaro, que está com os direitos políticos cassados, com o passaporte retido pela Polícia Federal e impedido de sair do país por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), causará um enorme problema diplomático para o Brasil.
“O STF impediria de viajar um convidado de honra do presidente da nação mais poderosa do mundo?”, pergunta. “Creio que os absurdos que saem do STF em relação a Bolsonaro não chegariam a tanto”, ele mesmo responde.
Donald Trump será, portanto, fundamental para que o bolsonarismo ganhe força no país ao ponto de o ex-presidente ter de volta os seus direitos políticos, através da TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou via Congresso Nacional, com uma lei de anistia, avalia o senador. “O fato é que Bolsonaro tem de volta como parceiro de suas causas o presidente da nação mais poderosa do planeta. É isso não é pouco”, disse.