Este domingo (10/11) foi hora de participar da última fase do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024. Em todo o país, cerca de 3 milhões de candidatos retornaram aos locais de prova e participaram do segundo dia de provas. Os portões se fecharam às 13h (horário de Brasília), e os cadernos de questões foram entregues às 13h30. A aplicação foi até as 18h30.
Os dados sobre a realização desta segunda fase do Enem serão divulgados em coletiva de imprensa nesta noite.
No último fim de semana, os inscritos responderam às 90 questões da prova de linguagens (língua portuguesa, literatura e língua estrangeira) e ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia). Além disso, elaboraram um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas sobre o tema “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”.
Dos mais de 4,3 milhões inscritos, 73,4% fizeram a prova no último domingo (3/11). Recém-chegada ao Distrito Federal, a piauiense Gabriela da Silva, 18 anos, estava ansiosa para encarar a prova. “O coração quase sai pela boca. Mas, no primeiro dia, eu estava mais insegura, e acho que fui bem”, avaliou.
A jovem, que tem mais afinidade com as disciplinas exatas, sonha ser policial federal. “Para isso, quero estudar direito, e em uma universidade pública”, completou Gabriela.
A prova desta tarde também tem 90 questões: 45 de ciências da natureza (química, física e biologia) e 45 de matemática e suas tecnologias. O exame começou às 13h30 e segue até as 18h30, com cinco horas de duração – 30 minutos a menos do que no primeiro dia.
As exceções valem para participantes com direito a tempo adicional, que poderão terminar às 19h30, e para aqueles que fazem a videoprova em Libras (20h30). Participantes poderão sair com o caderno de questões nos 30 minutos finais do exame.
Moradora do Cruzeiro, Camilla Silva, 18, conseguiu controlar as expectativas para o segundo dia do Enem. “Nem tão tranquila nem tão nervosa. O primeiro dia me deixou muito mais calma. Quem estava minimamente preparado para abordar questões sociais, por exemplo, conseguiu responder às perguntas e fazer a redação”, comentou.
Camilla pretende cursar engenharia de software. “A UnB [Universidade de Brasília] é um sonho, principalmente, para quem vem da escola pública, como eu. Mas, caso eu não consiga, vou tentar conseguir bolsa em uma instituição particular”, disse a estudante.
Primeiro dia de aplicação
O índice de participação no primeiro dia (73,4%) representou um aumento de 1,5 ponto percentual em relação ao Enem 2023, quando 71,9% dos inscritos compareceram aos locais de prova.
O Enem, além de permitir avaliar a qualidade do ensino no país, tornou-se a principal porta de entrada para a educação superior atualmente.
Por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni), os candidatos podem usar as notas obtidas no exame para acessar o ensino superior.
A estudante Maíra Behs, 17, tem mais afinidade com as ciências humanas e pretendeu dar o melhor hoje na prova de exatas. “Estudei o ano inteiro e acho que dará tudo certo. Achei o primeiro dia bem tranquilo, inclusive a redação”, contou a adolescente, que quer estudar relações internacionais na UnB.
Maíra foi deixada no colégio pela mãe, a geógrafa Maria Rita Fonseca, 46. “Ela é uma menina estudiosa, dedicada, organizada e que sempre faz [aulas em] cursinhos. Acho que se sairá muito bem. Minha mãe é geógrafa, eu sou geógrafa, mas eu prefiro que ela não vá para a geografia. Essa área é muito ampla. Acredito que relações internacionais seja ainda mais e, também, sugeri letras e jornalismo, mas ela não quis”, detalhou a mãe.
Diferentemente da estudante, porém, nem todos se sentiram preparados neste domingo (10/11). Morador do Lago Norte, Rafael França, 19, contou com a sorte. “Eu havia me esquecido da prova de hoje, mas me lembrei ontem e dei uma estudada rápida”, relatou o jovem, que chegou ao local de provas nos últimos 10 minutos antes do fechamento dos portões.
Questionado sobre a carreira que pretende seguir, Rafael disse ainda estar em dúvida. “Boa pergunta”, brincou. “Mas estou dividido entre educação física e matemática.”