A vitória do republicano Donald Trump, ainda mais acompanhada de uma maioria republicana no Congresso (“red sweep”) como parece ser o caso, é vista como um fator de alta para o dólar em nível global.
A promessa de campanha de Trump de impor tarifas a todas as importações dos EUA tem sido vista como uma ameaça que pode provocar um ambiente de dólar muito mais forte globalmente, especialmente contra países que têm superávit comercial com Washington.
Além disso, há quem aponte a chance de uma guerra tarifária, que pode gerar uma guerra cambial, caso as promessas sejam, de fato, cumpridas. Soma-se a isso, as promessas de endurecimento com a imigração – fatores considerados inflacionários pelos analistas.
Num ambiente mais vulnerável à inflação, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, teria menos espaço para reduzir as taxas de juros em comparação ao cenário hoje desenhado. Portanto, mais juros é igual a mais força para o dólar e mais pressão nos rendimentos dos Treasuries, os títulos de renda fixa dos EUA. Este movimento impacta as moedas e as taxas de juros em nível global.
O índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de moedas importantes para o comércio americano, disparava 1,34% por volta das 7 horas, aos 104,816 pontos – maior nível desde maio. Em relação à mínima do ano, vista em 15 de setembro, o DXY avança 4,72%.
Com a virtual vitória de Trump, o dólar deverá se fortalecer, em especial, contra moedas como euro (que cai 1,6% nesta manhã), o yuan chinês (-0,8%) e peso mexicano (-2,5%) – países mais sensíveis à política comercial alardeada por Trump.