Ex-estudante que vendia doces para fazer graduação no Acre, passa em concurso em Minas Gerais

Douglas Mero formou em Artes Cênicas na Ufac e foi aprovado em concurso de Minas

O ex-aluno da Universidade Federal do Acre (Ufac), Douglas Mero, de 27 anos, contou para o ContilNet detalhes da realização de um sonho e sua trajetória até a conquista.

Natural de Porto Velho, capital de Rondônia, ele veio para o Acre em 2016, onde cursou a graduação de Artes Cênicas-Teatro e mestrado também na área.

Agora já formado no curso que sempre desejou fazer, Douglas revela os momentos difíceis que teve que vivenciar durante a graduação. 

“Por ser de outro estado, mesmo que de fronteira, passei algumas dificuldades financeiras. Pois meu pai e minha mãe não tinham condições de me manter na cidade, então eles pagavam meu aluguel e eu me virava com o restante”, aponta.

Até conseguir apoio estudantil, que normalmente é beneficiado pela faculdade por meio de bolsas, ele destaca que precisou vender doces na instituição de ensino.

“Sobrevivi graças aos auxílios estudantis disponíveis na universidade, no mestrado, mas antes de conseguir a bolsa, tive que vender pirulitos, pois não tinha dinheiro nem para pagar a refeição, que no restaurante universitário custava R$1,50 para estudante de pós-graduação”, revela.

Douglas Mero formou na Ufac em Artes Cênicas e vendia doces para concluir o curso. Foto: Reprodução

Recentemente o profissional comemorou uma de suas maiores conquistas, e destaca que todos os percalços que teve antes, o ajudaram a chegar até onde está atualmente, além de sempre acreditar que os estudos mudariam a sua vida.

“Este ano decidi estudar para concurso federal, juntei dinheiro e me dediquei muito. Ao mesmo tempo estava em cartaz com uma peça chamada O Gato, com o maravilho Écio Rogério da Cunha”, disse.

Douglas Mero foi aprovado em 1º Lugar na vaga de cotas raciais, no Instituto Federal do Sul de Minas, onde atua como professor na área de Artes. Segundo ele, até hoje continua emocionado e muito feliz com a realização.

Profissional foi aprovado em concurso no Instituto Federal do Sul de Minas. Foto: Reprodução

“Dedico essa conquistas aos meus e as minhas, que estiveram ao meu lado, que me estenderam a mão, choraram o meu choro, que riram comigo, que me acalmaram, que não desistiram de mim mesmo estando ausente tanto tempo, que me incentivaram, e que me ouviram. E para aqueles que abriram os caminhos para que eu pudesse chegar, e os que se inspiram na minha história”, destacou.

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