Fotos com lápides: serial killer de Alagoas matou ao menos 10 pessoas

Albino Santos de Lima, de 42 anos, é considerado maior serial killer de Alagoas. Veja o que se sabe sobre os crimes

Albino Santos de Lima, de 42 anos, é considerado, pela Polícia Civil de Alagoas, o maior serial killer do estado. O homem tem, até o momento, dez mortes atribuídas ao seu nome: sete mulheres e três homens. Apesar disso, os investigadores não descartam que o número de vítimas possa ser ainda maior.

Divulgação/ PCCE

O homem, ex-segurança do sistema prisional do estado e filho de um policial militar aposentado, foi preso, sem resistência, em setembro deste ano, após assassinato da última vítima Ana Beatriz, de 13 anos, no dia do aniversário da mãe da menina. A jovem foi perseguida e assassinada com um tiro na cabeça, em uma arena de esportes em Maceió. Ela chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos.

“Ele sempre agia do mesmo jeito, a maiorias das vezes à noite, usando roupas pretas e boné para esconder o rosto. Ele é um predador, um assassino em série, muito frio e calculista”, afirma o delegado Gilson Rego.

Veja o momento em que o serial killer Albino Santos de Lima é preso:

Como serial killer foi encontrado

As primeiras testemunhas surgiram apenas após a divulgação de vídeos de Albino Santos de Lima circulando no bairro onde matou a jovem Ana Beatriz.

No dia da prisão de Albino, 17 de setembro, a polícia realizou uma busca na residência onde o homem morava. A equipe localizou a arma de fogo usada no crime, uma pistola 380 – que pertence ao pai do assassino – e um celular.

Foto colorida de objetos usados nos assassinatos e apreendidos pela polícia - Metrópoles

Foto colorida de objetos usados nos assassinatos e apreendidos pela polícia – Metrópoles 

A pistola foi essencial para desvendar os crimes cometidos por Albino Santos de Lima. Peritos confirmaram que a mesma arma foi usada para matar, pelo menos, outras nove pessoas desde o final de 2023. De acordo com a investigação, Albino Santos cometeu todos os assassinatos em um raio de 800 metros de onde morava.

“Foi um trabalho de equipe, desde a coleta dos projéteis e estojos nos locais de crime periciados, a remoção de projéteis nos corpos das vítimas, no IML, e a apreensão da arma para produção dos padrões, que permitiram a realização dos exames de micro comparação balística, possibilitando identificar, caso a caso, que aquela arma apreendida foi a mesma utilizada nos crimes”, diz a perita criminal Suely Mauricio.

O suspeito já foi indiciado por homicídio qualificado em três dos crimes pelos quais é investigado, porém a polícia reabriu inquéritos antigos de homicídios cometidos entre 2019 e 2020 para apurar a possível autoria e envolvimento de Albino Santos de Lima.

Fotos com lápides

Outra perícia importante para definir o caso como o de um matador em série foi o exame realizado no aparelho celular do acusado. Os peritos encontraram duas pastas no aparelho: “Odiadas Instagram e Mortes especiais”.

“Fotos das vítimas de homicídio eram colocadas ao lado de um calendário, com a data do fato marcada. Ele também tirava prints de matérias de sites relacionadas aos crimes, e chegou a tirar fotos dentro do cemitério e da lápide de uma das vítimas”, explica o perito criminal José Farias, responsável pelo exame no celular.

Na última semana, Albino Santos de Lima assumiu autoria de oito dos 10 crimes relacionados a ele. Porém, para a polícia, não há dúvidas quanto à sua autoria nesse caso, com base nas provas técnicas já obtidas.

De acordo com o assassino as vítimas faziam parte de uma organização criminosa, o que não foi confirmado pela investigação. Ele se via como um “justiceiro e “missionário”, com o dever de eliminar criminosos. Sem demonstrar qualquer arrependimento, Albino admitiu que, se não fosse preso, continuaria matando.

“Nenhuma delas tem envolvimento com facção criminosa. Identificamos 10 vítimas, três delas eram do sexo masculino e sete mulheres, todas com o perfil muito semelhante, morenas, jovens, geralmente de cabelo cacheado, e dentre elas tinha uma mulher trans também com esse mesmo perfil físico”, afirma o delegado Gilson Rego.

A perícia no aparelho celular ainda identificou possíveis futuras vítimas do serial killer e sobreviventes.

Obsessão pelas vítimas

Segundo a coordenadora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Tacyane Ribeiro, Albino Santos de Lima teria alguma obsessão por essas jovens com características físicas semelhantes. Para ela, o homem deve ter sofrido algum tipo de rejeição, por isso teria ceifado a vida delas.

A delegada alerta, ainda, que, em seu último depoimento Albino confessou que fez todos os levantamentos das vítimas nas redes sociais, disponíveis na internet. “Serve de alerta para as pessoas terem mais cuidado ao mostrar sua vida em rede social, pois ninguém sabe quem está ali observando. Ele não demonstra nenhum tipo de arrependimento pelo cometimento desses homicídios”, afirma Tacyane Ribeiro.

Defesa

Portal Metrópoles tenta contato com a defesa de Albino Santos de Lima, que alega sociopatia.

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