O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse, em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (14), em Brasília, que o homem bomba Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, responsável pelas explosões na Praça dos Três Poderes, tinha intenção de “matar ministros da Suprema Corte”, e que seu alvo principal era Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O homem chegou a se aproximar da entrada da sede do STF e explodiu-se ao lado da estátua da deusa Themis, o símbolo da Justiça, instalada no pátio do prédio.
Segundo o zero 1 da PF, o homem buscava qualquer um dos 11 ministros, mas seu alvo maior era Alexandre de Moraes, o ministro relator dos inquéritos que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus assessores como investigados, Além de visitar as instalações do STF, segundo fotografias postadas por ele em suas redes sociais, Wanderlei Luiz deixava claro o ódio por Moraes em suas publicações.
O diretor da PF disse ainda que o ataque não foi fato isolado e que se conecta com outras investigações da corporação com o inquérito sobre os atos golpistas do 8 de Janeiro.
“[O caso] Mostra a vinculação desses grupos radicais que culminam nessa barbaridade que acontece ontem, na tentativa de matar ministros da Suprema Corte, e também que culminou nesse lamentável episódio do suicídio dessa pessoa”, disse Andrei Rodrigues, ao citar uma mensagem deixada para uma bolsonarista presa pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, no espelho da casa que o homem-bomba alugava em Brasília.
Andrei Rodrigues confirmou que o alvo principal do atentado era o ministro Alexandre de Moraes. “Parece que essa pessoa queria entrar no prédio do Supremo, não conseguiu e, por isso, resolveu fazer o que fez”, afirmou.
O diretor-geral citou um áudio, atribuído à ex-esposa de Francisco Wanderley, que corroboraria a hipótese de Moraes ser, de fato, o alvo do homem-bomba. “O próprio áudio [da esposa] e outras mensagens enviadas nas redes sociais ameaçando a Corte, especificamente nesse caso da senhora, diziam que o alvo dessa pessoa era, sim, o ministro Alexandre de Moraes”, destacou o chefe da Polícia Federal.
O diretor-geral da PF também ressaltou que grupos extremistas estão ativos no país. “Esse episódio de ontem não é um fato isolado. A PF tem investigado num período recente”, declarou Andrei Rodrigues, no início da coletiva. “Houve tentativa de matar ministros da Suprema Corte”, disse.
De acordo com o diretor-geral da PF, os “explosivos eram artesanais, mas com grau grande de danos, parecido com granada,” e os atos teriam sido planejados com antecedência. “Há indícios de planejamento em longo prazo. Esteve em Brasília no início de 2023. Uma investigação apura se ele estava no 8/1.” “Ainda é cedo para dizer se houve participação nos atos de 8 de janeiro”, disse Andrei.