Julgamento mais longo da história de Sena Madureira é concluído com absolvição de fazendeiro e filho

Advogados Sanderson Moura e Leandro Martins conseguem provar a inocência dos acusados; um foi condenado por pistolagem e outro teve pena de agressão extinta

Acabou, no meio da tarde desta quinta-feira (7), o julgamento do Tribunal do Júri Popular mais longo da história do município de Sena Madureira. Iniciado na terça-feira (4), durante três dias o julgamento resultou em absolvição dos principais acusados, o fazendeiro Dauro Pereira de Resende e de seu filho, Fernando dos Santos Resende, acusados de mandantes, mas restou provado que eram inocentes.

Julgamento durou três dias e o foi o mais longo da Comarca de Sena Madureira/Foto: ContilNet

Os dois acusados de pistolagem e executores do crime, Uarno Silva de Sousa e Donizete Carvalho da Silva, também enfrentaram o banco de réus. Donizete teve a pena de sequestro desclassificada para agressão simples e a punibilidade já está extinta, Uarno, no entanto, pegou 25 anos anos e seis meses de detenção em regime inicialmente fechado. O crime ocorreu em 3 de novembro de 2011, no no ramal do 25, região do Cassirian. Zona rural de Sena Madureira. A vítima, morta a tiros, foi atendida pelo nome de João Doido. Após o homicídio, o corpo da vítima teria sido ocultado, agravando a acusação contra o réu Uarno.

Esse foi o julgamento mais longo da Comarca de Sena Madureira/Foto: ContilNet

O caso envolve uma disputa de posse de terra que perdura há anos e trouxe à tona debates sobre segurança e direitos de propriedade na área rural. Dauro e seu filho Fernando enfrentaram acusações de que teriam ordenado a execução do posseiro em uma tentativa de assegurar a posse da propriedade, mas a defesa provou que eles eram de fato inocentes e as teses foram reconhecidas pelo Conselho de Sentença.

A defesa dos acusados de mandantes do crime ficou a cargo dos advogados criminalistas Sanderson Moura e Leandro Martins. O advogado José Stênio e Carlos Vinícius foram os defensores de Uarno e o defensor público Moacir Assis atuou na defesa de Donizete.

Sanderson Moura e Leandro Martisn, advogados de defesa/Foto: ContilNet

O processo, antigo e repleto de complexidades, foi finalmente julgado após um longo período de tramitação. Leandro de Souza Martins e Sanderson Moura, na defesa de pai e filho acusados de mando do crime, conduziram a defesa de forma contundente e bem estruturada, desafiando as acusações e apontando a ausência de provas que pudessem vincular os réus ao crime de mando. Durante o julgamento, a defesa apresentou testemunhas e provas que sustentavam a inocência dos acusados, destacando a falta de evidências concretas por parte da acusação.

Após o veredicto, Leandro de Souza Martins afirmou: “Hoje, a justiça foi feita. Conseguimos mostrar que os elementos de prova eram insuficientes para condenar pessoas inocentes. É um alívio ver que o júri reconheceu isso”.

Advogados ao lado dos inocentados/Foto: ContilNet

Sanderson Moura complementou: “Foi um caso complexo, mas a verdade prevaleceu. Hoje, nossos clientes e suas famílias podem enfim respirar aliviados”.

A decisão do júri, anunciada após três dias de julgamento, encerra um dos processos mais longos e tensos da história de Sena Madureira. A absolvição reabre discussões sobre os desafios enfrentados em disputas fundiárias na região e a importância de julgamentos baseados em provas robustas e confiáveis.

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